Muitos
caminham pela vida com feridas abertas há muitas décadas, buscam a cura para a
cicatrização; mas quando pensam que ela ocorreu, a ferida se abre novamente e
causa dores maiores que no passado.
Jesus nos diz
que devemos perdoar o nosso irmão setenta vezes sete, ou seja, o perdão não tem
limites para ser concedido. No entanto, nossa realidade humana, frágil e
pecadora insiste em deixar que a ofensa seja maior que o perdão. Tudo isso se
deve à profundidade que a mágoa causou em nossa alma. Bom mesmo seria se
conseguíssemos perdoar sempre e de coração.
O perdão é um
processo que precisa de nossa ajuda para que possa ser concedido de maneira
plena. As causas das mágoas podem ser várias e ocorrer nas mais diversas
situações, desde uma palavra mal interpretada até uma carência profunda e sem
consciência. Muitos são os motivos para que as feridas abertas demorem muito
tempo para serem cicatrizadas.
Quanto mais
remoemos em nosso coração a ofensa sofrida, maior será a dificuldade de
perdoar. A mágoa que é alimentada pelo nosso coração não é benéfica para o
nosso processo de cura interior. Pelo contrário, uma mágoa que é alimentada
constantemente pelo sentimento de revolta aumenta as dores emocionais e
dificulta a processo de cicatrização de uma ferida aberta.
O desejo de
vingança é bastante comum em quem sofreu uma traição. O primeiro sentimento que
surge no coração de quem passa por e processo é: “Assim como fez comigo, também
farei”. Esse sentimento é sempre prejudicial, porque nunca iremos resolver um
problema usando das mesmas armas que feriram nossa alma. Guerra de sentimentos
produz destruição em massa do amor. A solução para os conflitos não se busca na
vingança, mas sim no diálogo sincero, maduro e humano.
Também não
adianta falarmos para todo mundo e espalharmos aos quatro ventos a revolta que
sentimos, se nunca temos a coragem de procurar quem nos ofendeu. Palavras de
revolta, quando partilhadas com todos, podem aumentar os princípios de
reconciliação. São muitas as situações em que o ser humano precisa de uma
plateia que aplauda suas críticas para reforçar a autoestima de que o agressor
não merece perdão.
No tumulto das
emoções, toda busca de reconciliação e de paz será infrutífera. É preciso
cultivarmos a paciência da espera. Emoções à flor da pele nunca vão nos ajudar
na busca da paz. O tempo é um precioso aliado para quem deseja fazer do perdão
um ponto de partida para um novo recomeço. Espere até que as ondas da fúria
possam ceder lugar à serenidade das águas de um lago.
Nunca deixe de
orar pela situação que você enfrenta. A oração é o alimento da alma e a paz que
acalma nossos sentimentos. Busque na oração o primeiro passo para a cura de
suas mágoas. Coloque tudo o que você sente nas mãos de Deus e deixe que Ele
transforme o negativo de suas emoções nas flores do perdão.