segunda-feira, 20 de junho de 2016

DEUS NOS FEZ LIVRES



Há pouco tempo estive em visita a uma família e na conversar o pai disse: “O meu filho chegou da universidade dizendo que Deus não existe. Perguntei: Por quê? Ele me respondeu: Deus é uma invenção para controlar a nossa liberdade, não deixando a gente fazer o que quer”.
Diante desta resposta o pai tentou explicar as suas razões, sem muito êxito. Fiquei pensando depois sobre a experiência deste jovem que apenas iniciou os estudos na universidade e de repente muda conceitos de vida, valores humanos e espirituais, simplesmente por alguns “iluminados” teóricos, ratões de bibliotecas, e colecionadores de ideologias, achando-se donos da verdade e da consciência dos outros.
Tenho a impressão que a onda de ateísmo entre jovens universitários está na falsa compreensão de liberdade e até mesmo na tentativa de ser diferentes com o propósito de mudar o mundo destruindo valores, sem uma proposta concreta de vida que valha a pena viver.
Nós somos feitos livres e para a liberdade que Deus nos fez. “Vivam como pessoas livres, mas não usem a liberdade como desculpa para fazer o mal; vivam como servos de Deus” (1 Pe. 2, 16).
Deus nos fez livres para fazer o que queremos, e para ser quem queremos, e também para fazer as escolhas que queremos, porém essa liberdade não me dá o direito de dar asas a todos os desejos e sentimentos por mais legítimos que sejam. Deus não controla ninguém. Ele ama simplesmente, sem medida e para sempre.
“De todas as faculdades que Deus nos deu, a que mais nos assemelha a Ele é a liberdade; nenhuma outra criatura no mundo a tem. Podemos até dizer a Deus, como os anjos maus: ‘não vos servirei!’” (Jer 2, 20).
E Deus respeita. Esses anjos maus foram criados bons e belos, mas, usando mal da liberdade quiseram ser como Deus, não se aceitaram como belas criaturas apenas. É o orgulho! O pior pecado. O pecado é o abuso da liberdade, dizia Santo Agostinho.
“Deus não nos deu liberdade para fazer o mal, mas só o bem” (Prof. Dr. Felipe Aquino).
Deus não tira a liberdade, ao contrário: faz-nos livres e nos liberta das escravidões puramente humanas. Deus quer que sejamos capazes de amar e ser amados de forma livre. O que falta hoje para muitos jovens é fazer a experiência do amor de Deus, através do amor humano.
Em muitos casos os jovens nunca foram amados como deveriam. Não somos teleguiados ou marionetes nas mãos do Criador. “É para a liberdade que Cristo nos libertou” (Gal 5,1). “Vós fostes chamados à liberdade irmãos. Entretanto que a liberdade não sirva de pretexto para a carne, mas, pela caridade, colocai-vos a serviço uns dos outros” (Gal 5,13).
“E Jesus dizia aos judeus que nele creram: Se permanecerdes na minha palavra, sereis meus verdadeiros discípulos; conhecereis a verdade e a verdade vos livrará. Em verdade, em verdade vos digo: todo homem que se entrega ao pecado é seu escravo. Se, portanto, o Filho vos libertar, sereis verdadeiramente livres.” (João 8, 31ss). Portanto cabe à nossa liberdade de seres humanos, as escolhas e suas consequências. Jamais seremos livres negando a existência de quem me fez à Sua imagem e semelhança. Negar a existência de Deus é negar a existência do ser humano em sua plenitude e harmonia. Deus nos fez livres, inclusive para aceitar ou não o Seu amor. Isso é vida, isso é ser humano completo. Deus te ama e quer que você tenha e viva a verdadeira liberdade. Boa semana!


sexta-feira, 3 de junho de 2016

MOMENTO COM A PALAVRA DE DEUS 03.06.16



+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas 15,3-7
Naquele tempo:
3Jesus contou aos escribas e fariseus esta parábola:
4'Se um de vós tem cem ovelhas e perde uma,
não deixa as noventa e nove no deserto,
e vai atrás daquela que se perdeu, até encontrá-la?
5Quando a encontra, coloca-a nos ombros com alegria,
6e, chegando a casa, reúne os amigos e vizinhos,
e diz: 'Alegrai-vos comigo!
Encontrei a minha ovelha que estava perdida!'
7Eu vos digo:
Assim haverá no céu mais alegria
por um só pecador que se converte,
do que por noventa e nove justos
que não precisam de conversão.
Palavra da Salvação.

Todos nós que conhecemos Jesus devemos ter os mesmos sentimentos de Jesus, e este sentimento é o amor que nos lança incondicionalmente ao encontro dos nossos irmãos e irmãs, principalmente aqueles que estão mais afastados a fim de que possamos cuidar deles, tanto no que diz respeito às necessidades da ordem temporal como às necessidades da ordem espiritual. um amor que supera até a lógica humana, e parece que essa tal "lógica humana" sempre é surpreendida por Jesus no anúncio de seu evangelho. O Evangelho de hoje nos diz: vá ao encontro de quem se perdeu e se encontra no pecado, seja um grande missionário da misericórdia e do perdão de Deus, manifeste o seu amor para todas as pessoas, seja sinal de salvação para o mundo.
Se Jesus tivesse se submetido a um exame de matemática, por certo teria sido reprovado. Demonstra a parábola da ovelha perdida “Um pastor tinha 100 ovelhas. Uma se extravia. Ele, imediatamente, deixa as 99 no redil e vai em busca da desgarrada. Reencontra-a, coloca-a no ombro e volta feliz (cfr. Lc 15, 4-7).
Para Jesus, uma pessoa tem o mesmo valor de noventa e nove e, talvez, até mais. Quem aceita tal procedimento? Sua misericórdia se estende de geração em geração.
Quando se trata de salvar uma ovelha, risco nenhum o desencorajou. Contemplamos seus gestos cheios de compaixão ao sentar-se junto ao poço de Jacó a dialogar com a Samaritana, ou então quando se auto convida para visitar a casa de Zaqueu. Simplicidade que ignora cálculos e não cabe em nenhum cálculo…


quinta-feira, 2 de junho de 2016

NÃO PERDER O GOSTO DE VIVER


No caminho da vida não existem só flores e nem só espinhos. Somos um misto de grandes alegrias e tristezas, fruto do sucesso e do insucesso, de amigos e inimigos, de luzes e trevas, de ganhos e perdas, que na somatória só fica o que somos capazes de assumir sem medo e com fé.
O realismo da vida me leva a viver cada momento com aquilo que é. Recordo uma frase do então papa João XXIII: “Encontramo-nos na terra emprestados, mas não devemos perder o gosto de viver”. É difícil compreender que a cada dia da vida o tempo não se repete e o que tempo que temos é curto e passa rápido. Viver o provisório, com suas causas e coisas, depende do grau de confiança que deposito e a prontidão em aceitar acertos e desacertos.
Em um texto no blog do jornalista Ronaldo Nezo eu li: “Um pensador certa feita disse: ‘Quando a alma chora, olho da janela do meu quarto e do, alto do meu prédio, não vejo a beleza da cidade. Vejo apenas a chance de silenciar meus tristes ais; de calar minhas lágrimas; de penetrar e me perder no esquecimento. Caro amigo, estar no mundo é estar sujeito aos prazeres e desprazeres da vida. Ainda que se apele para a razão, nossas emoções muitas vezes falam mais alto. E se provocam sorrisos, não raras vezes também nos fazem chorar. Quem deseja viver intensamente, terá dias em que o sorriso vai brotar fácil em seus lábios; mas também deve aceitar que lágrimas não desejadas vão descer pela sua face. Nessas horas, muitas vezes a vida perde o sentido”.
Ninguém está isento de problemas financeiros, de perda de emprego, de traição amorosa, depressão, de frustração nas escolhas feitas, sentimentos de que não valeu a pena o que fez ou deixou de fazer, vontade de que tudo se acabe, que mundo não seja mundo e sim fim de tudo. Nestas horas parece que deixar de viver é a única saída, afinal a vida não nos pertence, é o maior presente de Deus.
Talvez o que está faltando de fato é um espaço maior para que o Deus da vida seja a direção de tudo e não as coisas de Deus que tomaram conta da vida. O coração humano não precisa de coisas, quantas coisas sobrando e quantos mendigando um pouco de atenção, de amor e de afeto, proporcionando um caminho novo de que vale apena viver.
Nestes momentos em que não vemos mais por onde e como caminhar, resta-nos um olhar que vem do coração, de uma força superior às nossas, um olhar com os olhos de Deus; e isso só é possível pela fé. Uma fé que faz ver além das aparências, que faz brotar uma esperança viva capaz de dissipar as trevas, e devolver a luz e contemplar a beleza de amar e ser amados. As coisas passam, só amor permanece. O gosto de viver retorna quando somos capazes de ver a vida como presente de Deus e que só Ele tem o poder de tirá-la. Nada deste mundo pode dominar o direito de viver e viver com dignidade. O vazio, a falta de sentido, o desgosto da vida desaparecerá, quando somos capazes de orar e fazer da vida uma oração e não somente fazer uma oração na vida. O gosto de viver será sempre vivo, quando as cruzes são pontes a atravessar e as vitórias lições para toda a vida e os joelhos calejados de tanto orar.


MOMENTO COM A PALAVRA 02.06.16


Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo escrito por Marcos 12,28b-34

Naquele tempo:
28bUm mestre da Lei,
aproximou-se de Jesus e perguntou:
'Qual é o primeiro de todos os mandamentos?'
29Jesus respondeu:
'O primeiro é este: Ouve, ó Israel!
O Senhor nosso Deus é o único Senhor.
30Amarás o Senhor teu Deus
de todo o teu coração, de toda a tua alma,
de todo o teu entendimento e com toda a tua força!
31O segundo mandamento é:
Amarás o teu próximo como a ti mesmo!
Não existe outro mandamento maior do que estes'.
32O mestre da Lei disse a Jesus:
'Muito bem, Mestre! Na verdade, é como disseste:
Ele é o único Deus e não existe outro além dele.
33Amá-lo de todo o coração, de toda a mente,
e com toda a força,
e amar o próximo como a si mesmo
é melhor do que todos os holocaustos e sacrifícios'.
34Jesus viu que ele tinha respondido com inteligência,
e disse: 'Tu não estás longe do Reino de Deus'.
E ninguém mais tinha coragem
de fazer perguntas a Jesus.

Palavra da Salvação.

O apóstolo São João nos diz que quem afirma que ama a Deus a quem não vê e não ama o seu irmão a quem vê é um mentiroso. O evangelho do hoje nos mostra que o amor a Deus está intimamente atrelado ao amor aos irmãos, de modo que só ama verdadeiramente a Deus quem vive concretamente o amor ao próximo, pois Deus é amor e quem ama permanece em Deus, o que faz com que o amor ao próximo se torne a grande forma de culto a Deus. Quando não vivemos o amor, não cultuamos verdadeiramente a Deus, e assim nos submetemos às mais variadas formas de idolatria que nos são propostas pelo mundo moderno.