Há pouco tempo estive em visita a uma
família e na conversar o pai disse: “O meu filho chegou da universidade dizendo
que Deus não existe. Perguntei: Por quê? Ele me respondeu: Deus é uma invenção
para controlar a nossa liberdade, não deixando a gente fazer o que quer”.
Diante desta resposta o pai tentou
explicar as suas razões, sem muito êxito. Fiquei pensando depois sobre a
experiência deste jovem que apenas iniciou os estudos na universidade e de
repente muda conceitos de vida, valores humanos e espirituais, simplesmente por
alguns “iluminados” teóricos, ratões de bibliotecas, e colecionadores de
ideologias, achando-se donos da verdade e da consciência dos outros.
Tenho a impressão que a onda de ateísmo
entre jovens universitários está na falsa compreensão de liberdade e até mesmo
na tentativa de ser diferentes com o propósito de mudar o mundo destruindo
valores, sem uma proposta concreta de vida que valha a pena viver.
Nós somos feitos livres e para a
liberdade que Deus nos fez. “Vivam como pessoas livres, mas não usem a
liberdade como desculpa para fazer o mal; vivam como servos de Deus” (1 Pe. 2,
16).
Deus nos fez livres para fazer o que
queremos, e para ser quem queremos, e também para fazer as escolhas que
queremos, porém essa liberdade não me dá o direito de dar asas a todos os
desejos e sentimentos por mais legítimos que sejam. Deus não controla ninguém.
Ele ama simplesmente, sem medida e para sempre.
“De todas as faculdades que Deus nos
deu, a que mais nos assemelha a Ele é a liberdade; nenhuma outra criatura no
mundo a tem. Podemos até dizer a Deus, como os anjos maus: ‘não vos servirei!’”
(Jer 2, 20).
E Deus respeita. Esses anjos maus foram
criados bons e belos, mas, usando mal da liberdade quiseram ser como Deus, não
se aceitaram como belas criaturas apenas. É o orgulho! O pior pecado. O pecado
é o abuso da liberdade, dizia Santo Agostinho.
“Deus não nos deu liberdade para fazer o
mal, mas só o bem” (Prof. Dr. Felipe Aquino).
Deus não tira a liberdade, ao contrário:
faz-nos livres e nos liberta das escravidões puramente humanas. Deus quer que
sejamos capazes de amar e ser amados de forma livre. O que falta hoje para
muitos jovens é fazer a experiência do amor de Deus, através do amor humano.
Em muitos casos os jovens nunca foram
amados como deveriam. Não somos teleguiados ou marionetes nas mãos do Criador.
“É para a liberdade que Cristo nos libertou” (Gal 5,1). “Vós fostes chamados à
liberdade irmãos. Entretanto que a liberdade não sirva de pretexto para a
carne, mas, pela caridade, colocai-vos a serviço uns dos outros” (Gal 5,13).
“E Jesus dizia aos judeus que nele
creram: Se permanecerdes na minha palavra, sereis meus verdadeiros discípulos;
conhecereis a verdade e a verdade vos livrará. Em verdade, em verdade vos digo:
todo homem que se entrega ao pecado é seu escravo. Se, portanto, o Filho vos
libertar, sereis verdadeiramente livres.” (João 8, 31ss). Portanto cabe à nossa
liberdade de seres humanos, as escolhas e suas consequências. Jamais seremos
livres negando a existência de quem me fez à Sua imagem e semelhança. Negar a
existência de Deus é negar a existência do ser humano em sua plenitude e
harmonia. Deus nos fez livres, inclusive para aceitar ou não o Seu amor. Isso é
vida, isso é ser humano completo. Deus te ama e quer que você tenha e viva a verdadeira
liberdade. Boa semana!