quarta-feira, 28 de setembro de 2016

A VIDA E SUA CONTRAMÃO DIANTE DO SUICÍDIO




A vida é dom precioso de Deus e altar da dignidade maior, a dignidade humana. Mas, na arte de viver, acumula-se uma avalanche de acontecimentos, processos, descasos e indiferenças que, assombrosamente, estão na contramão desse sublime dom. Entre as lamentáveis situações estão os cenários degradantes da exclusão social, frutos da mesquinhez, da falta de sentido autêntico de cidadania e dos famigerados esquemas de corrupção. A lista de acontecimentos que ameaçam a vida é enorme e demanda providências urgentes, redobrada atenção e ações mais incidentes. É preciso proteger esse precioso dom de Deus em todas as suas etapas, da fecundação ao declínio com a morte natural. Particularmente, merece redobrada atenção de todos – e políticas públicas incidentes – um grave problema: o suicídio. Falar sobre o tema é um tabu que precisa ser vencido, para que cada pessoa possa colaborar com a saúde pública, em compromisso irrestrito com a vida.
O primeiro passo é ter a coragem para falar sobre o assunto. Isso é fundamental para disseminar estratégias de prevenção. A estatística oficial apresenta a preocupante dimensão do problema. Diariamente, 32 brasileiros morrem vítimas de suicídio, número que supera o de óbitos causados pela AIDS e por vários tipos de câncer. Para despertar a atenção de todos para essa realidade, celebrou-se, no sábado, 10 de setembro, o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio. Durante todo o mês, são intensificadas ações de combate a esse mal silencioso, escondido por preconceito e vergonha, que impedem a identificação do problema, a percepção de comportamentos depressivos em pessoas próximas, sintomas que levam ao suicídio.
Fale, argumente e reflita sobre o suicídio
Compartilhar o assunto no dia a dia – na família, nos ambientes de trabalho, nos círculos religiosos, no mundo da educação, nos mais diversos lugares – pode contribuir, decisivamente para salvar vidas, recuperar pessoas e evitar que esse mal silencioso consolide-se como epidemia.
O suicídio é grave problema que atinge adultos, jovens, inclusive adolescentes e crianças, deixando feridas incuráveis no coração de famílias. Todos devem aprender sempre mais sobre os sintomas que indicam o risco iminente desse mal para, quando necessário, poder intervir e ajudar a salvar vidas, recuperá-las, reconduzindo pessoas para a saudável convivência familiar e a adequada inserção social. Cada pessoa deve se sentir convocada a contribuir com projetos que promovam o dom da vida. Segundo a Organização Mundial da Saúde, de cada dez casos de suicídio, nove poderiam ser evitados se houvesse adequada prática de prevenção.
Por isso, é preciso unir esforços. Aliar a coragem espiritual e humana com profunda sensibilidade social para acabar com o tabu que inviabiliza falar sobre o assunto. Vencer bloqueios nos diálogos em família, com amigos, colegas de trabalho, nas relações que constituem a convivência social e religiosa. Também é preciso lutar pela configuração de políticas públicas que contribuam, de maneira decisiva, para prevenir o suicídio. Há um largo horizonte de medidas e procedimentos a serem adotados para evitar esse grave problema, o que inclui, desde investimentos para se conhecer melhor o cérebro, seus complexos e indomináveis mecanismos de funcionamento, para se realizar as necessárias intervenções farmacológicas, até o remédio indispensável e eficaz da espiritualidade.
Ofereça oração, carinho e diálogo
É grave desconsiderar um mal que pode atingir a todos. Não se restringe a uma faixa etária específica, pois inclui crianças, adolescentes, jovens e adultos – muitas vezes afogados num turbilhão de escolhas e solicitações das quais não conseguem dar conta -, até idosos, enjaulados no ostracismo da solidão. Atinge, também, pessoas das mais diversas condições sociais. Essa consideração é comprovada pela estatística e mostra que são necessárias providências urgentes para se promover a boa saúde mental. Isso inclui construir condições sociais que não sejam peso e submetam pessoas a situações de fragilidade extrema, levando-as ao desespero que as faz desistir de viver. É hora de escuta atenciosa das associações e instituições terapêuticas capazes de qualificar cada pessoa no enfrentamento desse monstro destruidor – o suicídio. Também é urgente e prioritário trabalhar para oferecer a cada pessoa recursos humanísticos e espirituais que contribuam para a administração do dom da vida.
Assim, será possível promover o engajamento em programas e projetos que tenham como missão promover esse dom, criando um vetor que se retroalimenta e produz o sentido de viver. De modo especial, os campos da educação e da cultura têm muito a contribuir nesse processo. A escola não pode se dedicar exclusivamente à chamada “educação formal” e desconhecer o mundo real, muitas vezes conturbado, da vida juvenil. Essa consideração vale também para Igrejas que, para além de proselitismos, “emocionalismos” e mesquinhos interesses pecuniários, têm o dever de ser autênticos centros de espiritualidade. Ambientes que, a partir de projetos e celebrações, capacitem as pessoas para o viver. Juntos, de mãos dadas, que todos se empenhem na prevenção do suicídio, buscando enfrentar tudo o que está contramão da vida.

sexta-feira, 12 de agosto de 2016

A PERFEITA ALEGRIA



Vindo São Francisco certa vez de Perusa para Santa Maria dos Anjos com frei Leão, em tempo do inverno e atormentado pelo fortíssimo frio, frei Leão perguntou-lhe:
Pai, peço-te, da parte de Deus, que me digas onde está a perfeita alegria?
E São Francisco assim lhe respondeu:
Quando chegarmos a Santa Maria dos Anjos, inteiramente molhados pela chuva e transidos de frio, cheios de lama e aflitos de fome, e batermos à porta do convento, e o porteiro chegar irritado e disser:
Quem são vocês?
E nós dissermos:
Somos dois dos vossos irmãos, e ele disser:
Não dizem a verdade; são dois vagabundos que andam enganando o mundo e roubando as esmolas dos pobres; fora daqui!
E não nos abrir e deixar-nos estar ao tempo, à neve e à chuva, com frio e fome até à noite: então, se suportarmos tal injúria e tal crueldade, tantos maus tratos, prazenteiramente, sem nos perturbarmos e sem murmurarmos contra ele (…) escreve que nisso está a perfeita alegria.
E se ainda, constrangidos pela fome e pelo frio e pela noite batermos mais e chamarmos e pedirmos pelo amor de Deus com muitas lágrimas que nos abra a porta e nos deixe entrar, e se ele mais escandalizado disser:
Vagabundos importunos, pagar-lhes-ei como merecem.
E sair com um bastão nodoso e nos agarrar pelo capuz e nos atirar ao chão e nos arrastar pela neve e nos bater com o pau de nó em nó:
Se nós suportarmos todas estas coisas pacientemente e com alegria, pensando nos sofrimentos de Cristo bendito, as quais devemos suportar por seu amor:
Ó irmão Leão, escreve que aí e nisso está a perfeita alegria, e ouve, pois, a conclusão, irmão Leão.
Acima de todas as graças e de todos os dons do Espírito Santo, os quais Cristo concede aos amigos, está o de vencer-se a si mesmo, e, voluntariamente, pelo amor, suportar trabalhos, injúrias, opróbrios e desprezos.
(Excerto dos “Fioretti de São Francisco”, via Contos e Lendas Medievais)
Por Aleteia


quarta-feira, 10 de agosto de 2016

TODOS NECESSITAMOS DA MISERICÓRDIA DO SENHOR


Todo ser humano, uns mais outros menos, tem necessidade de cura interior, isto porque todos temos feridas internas, muitas vezes ocultas, imperceptíveis, mas que podem influenciar de modo muito negativo nosso caráter, nosso comportamento, as nossas vidas, impedindo-nos de:
– Alcançarmos a integridade emocional, ou seja, de vivermos uma vida emocional equilibrada e relacionamentos sadios;
– Crescermos em santidade.
A nossa mente é como um iceberg. Um iceberg é uma enorme montanha de gelo no mar, que aparece muito grande, mas na realidade, grande é à parte que não vemos e que está submersa. Nossa mente tem três níveis, mas é no nível mais profundo, o do inconsciente, que estão armazenados esse acontecimento de nossa vida que nos traumatizaram. Por não sabermos lidar com eles nós os “empurramos” para lá como mecanismo de defesa; porém, mesmo; no inconsciente, eles podem influenciar nossas atitudes, nossas decisões e nossos relacionamentos (com Deus, com o mundo e conosco). Muitas vezes tentamos controlar essas lembranças dolorosas, mas nem sempre conseguimos e elas acabam tomando as rédeas da nossa vontade e as consequências são desastrosas. Por isso temos:
– Explosões de humor;
– Crises de depressões;
– Doenças psicossomáticas:
– Comportamentos destrutivos (alcoolismo, drogas, gula, ativismo, problemas na sexualidade, etc.)
Os efeitos são fáceis de reconhecer, porque são muitas as pessoas que vivem continuamente na tristeza e na angústia; outras se desesperam por qualquer coisa e até chegam a tentar o suicídio. Outras ainda são: pessimistas, tímidas, medrosas, inseguras, instáveis, inquietas, agitadas e insatisfeitas. Enfim, outras há que jamais se libertam dos remorsos de culpas passadas e já não acreditam que Deus as ama. Consideram antes a Deus como a um inimigo, pronto para puni-las. Tais pessoas também desconfiam das outras, mantendo-se afastadas de todos por arrogância e desprezo.
Verificamos essas realidades todos os dias, mesmo em pessoas que se consideram normais e equilibradas, mas que na verdade, são vítimas de desequilíbrios emocionais, causados por traumas que, talvez, já existam há anos.
Há as que tomam calmantes. Essas, porém, só afastam a tensão por um pouco de tempo, sem jamais erradicar a verdadeira causa. Outras afogam suas angústias no álcool, nas drogas ou nos prazeres da carne. Mas, passando o enlevo momentâneo, os problemas voltam com uma força maior e o que é pior, ficam dependentes das drogas, no vício. Outras buscam toda sorte de divertimentos, mas seus males os seguem para onde quer que se dirijam.
Estamos presos às cadeias do passado e sofremos:
– Pelas nossas imperfeições;
– Pelas imperfeições dos outros;
– E vamos ficando confusos, bloqueados, temos dificuldades de nos relacionar com Deus, com os outros e de acreditar e se lançar.
Mas o homem foi criado por Deus, para Deus e necessita de Deus para alcançar a felicidade eterna (seu fim último). Só que todos nós colocamos nossas expectativas nos outros, esperamos dos outros, confiamos nos outros, queremos ser amados pelos outros, os quais são tão imperfeitos e limitados quanto nós. Acabamos por nos sentir rejeitados, magoados, sozinhos e vazios.
Muitas vezes este processo acontece de modo sutil, que nem percebemos, mas nossos corações ficam escuros e vazios. Causa uma desordem nos nossos relacionamentos e os sentimentos de posse vão gerando ciúmes, egoísmo, inveja… E a raiz de tudo está lá nos primórdios de nossa vida, no berço.
Precisamos nos deixar guiar por Deus e não por nossos traumas, mágoas e feridas. Jesus é que é o nosso verdadeiro Senhor e Senhor de nossas vidas, nossa justificativa. Só Ele tem poder para penetrar nas nossas lembranças e transforma-las de trevas em luz(Is 53,4-5)
Mas para que Jesus venha a agir sobre as nossas feridas é preciso querermos. É necessário um ato de vontade de nossa parte para convidá-lo a purificá-las, libertá-las. Precisamos ser libertos para nos tornarmos homens novos e mulheres novas, como Jesus nos chama a ser.
Por Comunidade Shalom via Aleteia


segunda-feira, 20 de junho de 2016

DEUS NOS FEZ LIVRES



Há pouco tempo estive em visita a uma família e na conversar o pai disse: “O meu filho chegou da universidade dizendo que Deus não existe. Perguntei: Por quê? Ele me respondeu: Deus é uma invenção para controlar a nossa liberdade, não deixando a gente fazer o que quer”.
Diante desta resposta o pai tentou explicar as suas razões, sem muito êxito. Fiquei pensando depois sobre a experiência deste jovem que apenas iniciou os estudos na universidade e de repente muda conceitos de vida, valores humanos e espirituais, simplesmente por alguns “iluminados” teóricos, ratões de bibliotecas, e colecionadores de ideologias, achando-se donos da verdade e da consciência dos outros.
Tenho a impressão que a onda de ateísmo entre jovens universitários está na falsa compreensão de liberdade e até mesmo na tentativa de ser diferentes com o propósito de mudar o mundo destruindo valores, sem uma proposta concreta de vida que valha a pena viver.
Nós somos feitos livres e para a liberdade que Deus nos fez. “Vivam como pessoas livres, mas não usem a liberdade como desculpa para fazer o mal; vivam como servos de Deus” (1 Pe. 2, 16).
Deus nos fez livres para fazer o que queremos, e para ser quem queremos, e também para fazer as escolhas que queremos, porém essa liberdade não me dá o direito de dar asas a todos os desejos e sentimentos por mais legítimos que sejam. Deus não controla ninguém. Ele ama simplesmente, sem medida e para sempre.
“De todas as faculdades que Deus nos deu, a que mais nos assemelha a Ele é a liberdade; nenhuma outra criatura no mundo a tem. Podemos até dizer a Deus, como os anjos maus: ‘não vos servirei!’” (Jer 2, 20).
E Deus respeita. Esses anjos maus foram criados bons e belos, mas, usando mal da liberdade quiseram ser como Deus, não se aceitaram como belas criaturas apenas. É o orgulho! O pior pecado. O pecado é o abuso da liberdade, dizia Santo Agostinho.
“Deus não nos deu liberdade para fazer o mal, mas só o bem” (Prof. Dr. Felipe Aquino).
Deus não tira a liberdade, ao contrário: faz-nos livres e nos liberta das escravidões puramente humanas. Deus quer que sejamos capazes de amar e ser amados de forma livre. O que falta hoje para muitos jovens é fazer a experiência do amor de Deus, através do amor humano.
Em muitos casos os jovens nunca foram amados como deveriam. Não somos teleguiados ou marionetes nas mãos do Criador. “É para a liberdade que Cristo nos libertou” (Gal 5,1). “Vós fostes chamados à liberdade irmãos. Entretanto que a liberdade não sirva de pretexto para a carne, mas, pela caridade, colocai-vos a serviço uns dos outros” (Gal 5,13).
“E Jesus dizia aos judeus que nele creram: Se permanecerdes na minha palavra, sereis meus verdadeiros discípulos; conhecereis a verdade e a verdade vos livrará. Em verdade, em verdade vos digo: todo homem que se entrega ao pecado é seu escravo. Se, portanto, o Filho vos libertar, sereis verdadeiramente livres.” (João 8, 31ss). Portanto cabe à nossa liberdade de seres humanos, as escolhas e suas consequências. Jamais seremos livres negando a existência de quem me fez à Sua imagem e semelhança. Negar a existência de Deus é negar a existência do ser humano em sua plenitude e harmonia. Deus nos fez livres, inclusive para aceitar ou não o Seu amor. Isso é vida, isso é ser humano completo. Deus te ama e quer que você tenha e viva a verdadeira liberdade. Boa semana!


sexta-feira, 3 de junho de 2016

MOMENTO COM A PALAVRA DE DEUS 03.06.16



+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas 15,3-7
Naquele tempo:
3Jesus contou aos escribas e fariseus esta parábola:
4'Se um de vós tem cem ovelhas e perde uma,
não deixa as noventa e nove no deserto,
e vai atrás daquela que se perdeu, até encontrá-la?
5Quando a encontra, coloca-a nos ombros com alegria,
6e, chegando a casa, reúne os amigos e vizinhos,
e diz: 'Alegrai-vos comigo!
Encontrei a minha ovelha que estava perdida!'
7Eu vos digo:
Assim haverá no céu mais alegria
por um só pecador que se converte,
do que por noventa e nove justos
que não precisam de conversão.
Palavra da Salvação.

Todos nós que conhecemos Jesus devemos ter os mesmos sentimentos de Jesus, e este sentimento é o amor que nos lança incondicionalmente ao encontro dos nossos irmãos e irmãs, principalmente aqueles que estão mais afastados a fim de que possamos cuidar deles, tanto no que diz respeito às necessidades da ordem temporal como às necessidades da ordem espiritual. um amor que supera até a lógica humana, e parece que essa tal "lógica humana" sempre é surpreendida por Jesus no anúncio de seu evangelho. O Evangelho de hoje nos diz: vá ao encontro de quem se perdeu e se encontra no pecado, seja um grande missionário da misericórdia e do perdão de Deus, manifeste o seu amor para todas as pessoas, seja sinal de salvação para o mundo.
Se Jesus tivesse se submetido a um exame de matemática, por certo teria sido reprovado. Demonstra a parábola da ovelha perdida “Um pastor tinha 100 ovelhas. Uma se extravia. Ele, imediatamente, deixa as 99 no redil e vai em busca da desgarrada. Reencontra-a, coloca-a no ombro e volta feliz (cfr. Lc 15, 4-7).
Para Jesus, uma pessoa tem o mesmo valor de noventa e nove e, talvez, até mais. Quem aceita tal procedimento? Sua misericórdia se estende de geração em geração.
Quando se trata de salvar uma ovelha, risco nenhum o desencorajou. Contemplamos seus gestos cheios de compaixão ao sentar-se junto ao poço de Jacó a dialogar com a Samaritana, ou então quando se auto convida para visitar a casa de Zaqueu. Simplicidade que ignora cálculos e não cabe em nenhum cálculo…


quinta-feira, 2 de junho de 2016

NÃO PERDER O GOSTO DE VIVER


No caminho da vida não existem só flores e nem só espinhos. Somos um misto de grandes alegrias e tristezas, fruto do sucesso e do insucesso, de amigos e inimigos, de luzes e trevas, de ganhos e perdas, que na somatória só fica o que somos capazes de assumir sem medo e com fé.
O realismo da vida me leva a viver cada momento com aquilo que é. Recordo uma frase do então papa João XXIII: “Encontramo-nos na terra emprestados, mas não devemos perder o gosto de viver”. É difícil compreender que a cada dia da vida o tempo não se repete e o que tempo que temos é curto e passa rápido. Viver o provisório, com suas causas e coisas, depende do grau de confiança que deposito e a prontidão em aceitar acertos e desacertos.
Em um texto no blog do jornalista Ronaldo Nezo eu li: “Um pensador certa feita disse: ‘Quando a alma chora, olho da janela do meu quarto e do, alto do meu prédio, não vejo a beleza da cidade. Vejo apenas a chance de silenciar meus tristes ais; de calar minhas lágrimas; de penetrar e me perder no esquecimento. Caro amigo, estar no mundo é estar sujeito aos prazeres e desprazeres da vida. Ainda que se apele para a razão, nossas emoções muitas vezes falam mais alto. E se provocam sorrisos, não raras vezes também nos fazem chorar. Quem deseja viver intensamente, terá dias em que o sorriso vai brotar fácil em seus lábios; mas também deve aceitar que lágrimas não desejadas vão descer pela sua face. Nessas horas, muitas vezes a vida perde o sentido”.
Ninguém está isento de problemas financeiros, de perda de emprego, de traição amorosa, depressão, de frustração nas escolhas feitas, sentimentos de que não valeu a pena o que fez ou deixou de fazer, vontade de que tudo se acabe, que mundo não seja mundo e sim fim de tudo. Nestas horas parece que deixar de viver é a única saída, afinal a vida não nos pertence, é o maior presente de Deus.
Talvez o que está faltando de fato é um espaço maior para que o Deus da vida seja a direção de tudo e não as coisas de Deus que tomaram conta da vida. O coração humano não precisa de coisas, quantas coisas sobrando e quantos mendigando um pouco de atenção, de amor e de afeto, proporcionando um caminho novo de que vale apena viver.
Nestes momentos em que não vemos mais por onde e como caminhar, resta-nos um olhar que vem do coração, de uma força superior às nossas, um olhar com os olhos de Deus; e isso só é possível pela fé. Uma fé que faz ver além das aparências, que faz brotar uma esperança viva capaz de dissipar as trevas, e devolver a luz e contemplar a beleza de amar e ser amados. As coisas passam, só amor permanece. O gosto de viver retorna quando somos capazes de ver a vida como presente de Deus e que só Ele tem o poder de tirá-la. Nada deste mundo pode dominar o direito de viver e viver com dignidade. O vazio, a falta de sentido, o desgosto da vida desaparecerá, quando somos capazes de orar e fazer da vida uma oração e não somente fazer uma oração na vida. O gosto de viver será sempre vivo, quando as cruzes são pontes a atravessar e as vitórias lições para toda a vida e os joelhos calejados de tanto orar.


MOMENTO COM A PALAVRA 02.06.16


Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo escrito por Marcos 12,28b-34

Naquele tempo:
28bUm mestre da Lei,
aproximou-se de Jesus e perguntou:
'Qual é o primeiro de todos os mandamentos?'
29Jesus respondeu:
'O primeiro é este: Ouve, ó Israel!
O Senhor nosso Deus é o único Senhor.
30Amarás o Senhor teu Deus
de todo o teu coração, de toda a tua alma,
de todo o teu entendimento e com toda a tua força!
31O segundo mandamento é:
Amarás o teu próximo como a ti mesmo!
Não existe outro mandamento maior do que estes'.
32O mestre da Lei disse a Jesus:
'Muito bem, Mestre! Na verdade, é como disseste:
Ele é o único Deus e não existe outro além dele.
33Amá-lo de todo o coração, de toda a mente,
e com toda a força,
e amar o próximo como a si mesmo
é melhor do que todos os holocaustos e sacrifícios'.
34Jesus viu que ele tinha respondido com inteligência,
e disse: 'Tu não estás longe do Reino de Deus'.
E ninguém mais tinha coragem
de fazer perguntas a Jesus.

Palavra da Salvação.

O apóstolo São João nos diz que quem afirma que ama a Deus a quem não vê e não ama o seu irmão a quem vê é um mentiroso. O evangelho do hoje nos mostra que o amor a Deus está intimamente atrelado ao amor aos irmãos, de modo que só ama verdadeiramente a Deus quem vive concretamente o amor ao próximo, pois Deus é amor e quem ama permanece em Deus, o que faz com que o amor ao próximo se torne a grande forma de culto a Deus. Quando não vivemos o amor, não cultuamos verdadeiramente a Deus, e assim nos submetemos às mais variadas formas de idolatria que nos são propostas pelo mundo moderno.

terça-feira, 24 de maio de 2016

JOVENS DA COMUNIDADE DE REPARTIÇÃO CELEBRAM O RITO LITÚRGICO DE "ENTRADA NO CATECUMENATO"

No último domingo dia 22, na comunidade São Pedro em Repartição, vivemos um momento litúrgico muito especial na Iniciação à Vida Cristã. Uma turma de 14 jovens que estão buscando os sacramentos da Iniciação Cristã, por meio desse rito chamado de “Rito de Entrada no Catecumenato” adentrou no segundo tempo do itinerário catequético chamado de “Catecumenato. Por meio desse texto podemos compreender um pouco a natureza desse processo, a natureza da Iniciação à Vida Cristã. Um caminho antigo e tão novo que pode muito nos ajudar na maturação de um processo de fé que tem a centralidade no mistério de Jesus Cristo.   
Frente ao discurso de Pedro (At 2,14-26), os ouvintes perguntam: “O que temos de fazer, irmãos?”, e recebem a resposta: “Convertei-vos que cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo; e recebereis o dom do Espírito Santo” (At 2,37-41).
         Os livros neotestamentários não nos falam expressavemente de iniciação cristã, porém oferecem, principalmente nos Atos dos Apóstolos e nos escritos paulinos, dados significativos sobre a entrada na comunidade dos discípulos de Jesus Cristo. A seguir ocorre um itinerário que integra os seguintes elementos essenciais[1]:
a)   A pregação do Evangelho,
b)   A acolhida da fé e a conversão,
c)   A catequese,
d)    A verificação das condições do candidato,
e)   O batismo,
f)     O dom do Espírito Santo,
g)   A incorporação ao povo de Deus e
h)   A participação no corpo de Cristo.
         A relação destes elementos expressa e conserva em entre si a realidade superior da participação e da incorporação ao mistério de Cristo na Igreja.
         Junto a esses elementos essenciais, encontramos também em At 2,42-47 uma ampliação complementar, em forma de sistema educativo, para aqueles primeiros batizados que começaram a fazer parte da primeira comunidade; segundo o livro dos Atos, esta aprendizagem de vida cristã, realizada no seio da comunidade, compreende quatro dimensões básicas:
1-   O ensinamento dos apóstolos, que supõe o conhecimento como a adesão à mensagem do evangelho, atestada pelos apóstolos;
2-   A vida em comunhão, que compreende a fraternidade como novo estilo de vida, conforme o evangelho;
3-   A assiduidade na fração do pão e na celebração do dom da salvação de Deus;
4-   A perseverança na oração e no louvor de Deus.

A iniciação cristã era de grande importância na Igreja primitiva, como atesta a presença direta dos bispos nela ou na influência que teve essa preparação na estruturação do ano litúrgico.
         A iniciação na fé e na vida cristã constitui nos inícios o centro de interesse da Igreja, que chegou a institucionalizar o catecumenato primitivo e a fazer dele o caminho ordinário para se chegar a ser cristão. Este caminho constava das seguintes etapas:
a)   A etapa missionária, destinada aos pagãos. Centrava-se nos preâmbulos da fé o primeiro anúncio de Jesus e se dirigia a suscitar a fé e a conversão. Quando, depois da primeira prova ou exame avaliavam-se positivamente as motivações e disposições do candidato, este era admitido ao catecumenato.  Esta incorporação ia acompanhada em algumas Igrejas da assinalação na fronte e da imposição das mãos. Para os filhos de famílias cristãs esta primeira etapa realizava-se na família e ordinariamente ficava ao cargo dos pais.
b)   A segunda etapa era o tempo do catecumenato propriamente dito. Esta etapa tinha duração aproximada de três anos e supunha um tempo de formação e de prova sob a guia de um catequista. Os catecúmenos podiam participar da liturgia da Palavra junto à comunidade dos fiéis. Ao concluir este período era previsto novo exame para comprovar a autenticidade das atitudes do catecúmeno, seu progresso no conhecimento do evangelho e na vida conforme a ele, e, deste modo, decidir sua admissão na etapa seguinte.
c)   A terceira etapa, que compreendia o tem­po da quaresma, era de preparação imediata aos sacramentos da iniciação. No começo da quaresma, em cerimônia litúrgica especial, o bispo inscrevia os eleitos e pronunciava a homilia, chamada também protocatequese. Esta preparação imediata compreendia três aspectos:
1-   O ensinamento ou iniciação: du­rante as primeiras semanas, em reunião diá­ria, o bispo explicava a Sagrada Escritura; a partir da quarta semana da quaresma (sexta no oriente) desenvolvia-se a catequese pro­priamente doutrinal, que se iniciava com a traditio Symboli, como ato de tradição, de transmissão oficial da fé da Igreja, e que era explicada em seus distintos artigos pelo bis­po durante as duas semanas seguintes; fi­nalizava-se com a redditio Symboli (proclamação pública da fé).
2-   A for­mação espiritual. Implica a superação do pecado, o exercício da vida no Espírito e a iniciação nos costumes cristãos; por isso, a quaresma é entendida como tempo de luta, de penitência, de retiro espiritual e de ora­ção.
3-    A formação litúrgica e ritual: a prepa­ração imediata é, pois, tempo de prova e de combate contra o príncipe deste mundo; o catecúmeno exercitar-se-á no combate es­piritual, na renúncia a Satanás e na adesão a Cristo; para isso encontrará ajuda na vida litúrgica: os ritos, exorcismos e escrutínios serão freqüentes. Esta terceira etapa culmi­nará na vigília pascal com a celebração dos sacramentos do batismo, da confirmação e da eucaristia.

d)   A última etapa do catecumenato cor­responde ao tempo pascal. Durante a sema­na de páscoa terá lugar a catequese mista­gógica para os neófitos, e nela se explicará o simbolismo dos ritos, as figuras bíblicas dos sacramentos e se exortará a viver em Cristo.

         Em síntese, podemos dizer que a inicia­ção cristã no catecumenato primitivo supõe um caminho ou processo de formação por etapas no qual se integram a instrução ca­tequética, a conversão e a mudança radical da vida, a experiência litúrgica e de oração, a formação espiritual, a celebração dos sacra­mentos do batismo, confirmação e eucaris­tia, pelos quais os candidatos são incorpora­dos ao mistério de Cristo e a sua Igreja.
         O catecumenato concebe-se como apren­dizagem ou noviciado da vida cristã, que se nutre da catequese e da escuta da Palavra; é apoiado por celebrações litúrgicas e fortalecido por exercícios ascéticos e penitenciais, sob a ajuda da comunidade eclesial que acolhe o catecúmeno, acompanha-o e o forma e, finalmente, incorpora-o em seu seio.











[1] Cf.  Mc 16,15; At 2,37-41; Ef 1,13-14; Hb 6,1.

MOMENTO COM A PALAVRA 24.05.16


+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Marcos 10,28-31
Naquele tempo:
28Começou Pedro a dizer a Jesus:
'Eis que nós deixamos tudo e te seguimos.'
29Respondeu Jesus:
'Em verdade vos digo,
quem tiver deixado casa, irmãos, irmãs, mãe, pai, filhos,
campos, por causa de mim e do Evangelho,
30receberá cem vezes mais agora, durante esta vida
- casa, irmãos, irmãs, mães, filhos e campos,
com perseguições -
e, no mundo futuro, a vida eterna.
31Muitos que agora são os primeiros serão os últimos.
E muitos que agora são os últimos serão os primeiros.'
Palavra da Salvação.

Eu posso contribuir para a minha salvação na medida em que eu faço de Deus o centro da minha vida e a causa da minha felicidade, submetendo-me totalmente a ele. Se eu vivo apegado às coisas do mundo, eu vivo em função delas e coloco nelas a minha felicidade, fechando o meu coração à ação divina e a minha vida ao projeto do reino dos céus. Para conseguir o desapego das coisas do mundo, é necessário que a gente procure assumir uma nova hierarquia de valores que faz com que sejamos capazes de desprezar os bens materiais, mas rejeitar os valores do mundo significa sofrer perseguições nesta vida. É preciso renunciar aos valores do mundo para ter a vida em Cristo.

sábado, 21 de maio de 2016

LITURGIA PARA O DOMINGO DA SANTÍSSIMA TRINDADE



Leitura do Livro dos Provérbios 8,22-31
Assim fala a Sabedoria de Deus:
22O Senhor me possuiu como primícia de seus caminhos,
antes de suas obras mais antigas;
23desde a eternidade fui constituída,
desde o princípio,
antes das origens da terra.
24Fui gerada quando não existiam os abismos,
quando não havia os mananciais das águas,
25antes que fossem estabelecidas as montanhas,
antes das colinas fui gerada.
26Ele ainda não havia feito as terras e os campos,
nem os primeiros vestígios de terra do mundo.
27Quando preparava os céus,
ali estava eu,
quando traçava a abóbada sobre o abismo,
28quando firmava as nuvens lá no alto
e reprimia as fontes do abismo,
29quando fixava ao mar os seus limites
- de modo que as águas não ultrapassassem suas bordas -
e lançava os fundamentos da terra,
30eu estava ao seu lado como mestre-de-obras;
eu era seu encanto, dia após dia,
brincando, todo o tempo, em sua presença,
31brincando na superfície da terra,
e alegrando-me em estar com os filhos dos homens.
Palavra do Senhor.
O Livro dos Provérbios apresenta uma coleção de “ditos”, da reflexão (“sabedoria”) dos “sábios”, em definir as regras para ser feliz. É um artifício literário, através do qual o autor dá força ao convite de acolher e amar a “sabedoria”. O autor reflete sobre a origem da sabedoria e a sua função no plano de Deus.
A “sabedoria” tem origem em Deus. É a primeira das obras de Deus. A “sabedoria” afirma que o seu interesse é estar “junto dos filhos dos homens e se destina aos homens. A “sabedoria” aviva a inteligência dos homens e leva-os a Deus. A “sabedoria” revela aos homens a grandeza e o amor do Deus criador. Os autores neo-testamentários atribuirão a Jesus algumas das características que este texto atribui à “sabedoria”: Paulo chama a Jesus “sabedoria” de Deus”, que existe antes de todas as coisas e desempenhou um papel privilegiado na criação do mundo (Col 1,16-17); por sua vez, o “prólogo” do Quarto Evangelho atribui ao “Logos”/Jesus os traços da “sabedoria” criadora e que Ele deu existência a todas as obras criadas. Os Padres da Igreja verão nesta “sabedoria”, traços de Jesus Cristo ou do Espírito Santo.
Leitura da Carta de São Paulo aos Romanos 5,1-5
Irmãos:
1Justificados pela fé,
estamos em paz com Deus,
pela mediação do Senhor nosso, Jesus Cristo.
2Por ele tivemos acesso,
pela fé, a esta graça,
na qual estamos firmes e nos gloriamos,
na esperança da glória de Deus.
3E não só isso,
pois nos gloriamos também de nossas tribulações,
sabendo que a tribulação gera a constância,
4a constância leva a uma virtude provada,
a virtude provada desabrocha em esperança;
5e a esperança não decepciona,
porque o amor de Deus
foi derramado em nossos corações
pelo Espírito Santo que nos foi dado.
Palavra do Senhor.
Fim da terceira viagem missionária de Paulo. Ele aproveita para apresentar os principais problemas de relacionamento entre judeu-cristãos e pagãos-cristãos. Estamos no ano 58. Paulo sublinha que o Evangelho é a força que congrega e que salva todo o crente, sem distinção de judeu, grego ou romano. Paulo acentua que é a “justiça de Deus” que dá vida a todos sem distinção (Rom 3,1-5,11). Neste texto, Paulo refere-se à ação de Deus, por Cristo e pelo Espírito, no sentido de “justificar” todo o homem.
Paulo parte da ideia de que todos foram justificados pela fé. Na linguagem bíblica, a justiça define a fidelidade a si próprio, à sua maneira de ser e aos compromissos assumidos. Ora, se Jahwéh Se manifestou como o Deus da bondade, da misericórdia e do amor, dizer que Deus é justo não significa dizer que Ele aplica os mecanismos legais quando o homem infringe as regras; significa que a bondade de Deus, se manifestam em todas as circunstâncias, mesmo quando o homem não foi correto no seu proceder. Paulo, ao falar do homem justificado, está falando do homem pecador que, por iniciativa da misericórdia de Deus, recebe a graça que o salva do pecado e lhe dá, totalmente gratuito, acesso à salvação. Ao homem é pedido que acolha, com humildade e confiança, a graça que não depende dos seus méritos e que se entregue nas mãos de Deus. Este homem, objeto da graça, é uma nova criatura: é o homem ressuscitado para a vida nova, que é filho de Deus e co-herdeiro com Cristo. Quais os frutos deste acesso à salvação? Em primeiro lugar, a paz no sentido teológico de relação positiva com Deus. Em segundo lugar, a esperança, que nos permite superar as dificuldades, apontando a um futuro glorioso de vida em plenitude, na certeza de que a morte não tem a última palavra. Em terceiro lugar, o amor de Deus ao homem,  que age através do Espírito em Jesus de Nazaré a quem Deus “entregou à morte por nós quando ainda éramos pecadores”. Tudo que lhe dá sentido, é um dom de Deus Pai que, através de Jesus, demonstra o seu amor e que, pelo Espírito, derrama continuamente esse amor sobre nós.
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo João 16,12-15
Naquele tempo, disse Jesus a seus discípulos:
12Tenho ainda muitas coisas a dizer-vos,
mas não sois capazes de as compreender agora.
13Quando, porém, vier o Espírito da Verdade,
ele vos conduzirá à plena verdade.
Pois ele não falará por si mesmo,
mas dirá tudo o que tiver ouvido;
e até as coisas futuras vos anunciará.
14Ele me glorificará,
porque receberá do que é meu
e vo-lo anunciará.
15Tudo o que o Pai possui é meu.
Por isso, disse que
o que ele receberá e vos anunciará, é meu.
Palavra da Salvação.
Jesus vai definir a missão da comunidade no mundo: testemunhá-lo com a ajuda do Espírito. Jesus avisa que o caminho do testemunho deparará com a oposição da religião estabelecida e dos poderes de morte que dominam o mundo; mas os discípulos contarão com o Espírito: Ele ajudá-los-á e dar-lhes-á segurança no meio da perseguição. O Espírito ajudará a responder aos novos desafios e a interpretar as circunstâncias à luz da mensagem de Jesus.
O tema fundamental é a ajuda do Espírito aos discípulos. Jesus começa por dizer que há muitas outras coisas que eles não podem compreender de momento. Será o “Espírito da verdade” que guiará os discípulos para a verdade, que comunicará tudo sobre Jesus e que interpretará o que está para vir. É “pelo Espírito a proposta continua a ecoar na vida da comunidade. O Espírito não apresentará uma doutrina nova, mas fará com que a Palavra de Jesus seja sempre a referência da comunidade em caminhada pelo mundo. Assim, Jesus continuará em comunhão com os discípulos, comunicando-lhes a sua vida e o seu amor. A última expressão deste texto sublinha a comunhão existente entre o Pai e o Filho. Essa comunhão atesta a unidade entre o plano salvador do Pai, proposto nas palavras de Jesus e tornado realidade na vida da Igreja, por ação do Espírito.