sábado, 6 de fevereiro de 2016

REFLEXÃO PARA 5º DOMINGO COMUM


Reflexão para 5º Domingo Comum
LEITURA I – Is 6,1-2a.3-8
[ ] vi o Senhor, sentado num trono [ ] serafins de pé, [ ] o templo enchia-se de fumaça. Então exclamei: «Ai de mim, que estou perdido, porque sou um homem de lábios impuros,  [ ] Um dos serafins voou ao meu encontro, tendo na mão um carvão ardente [ ] . Tocou-me com ele na boca e disse-me: « [ ] o teu pecado, foi perdoado ». Ouvi então a voz do Senhor, que dizia: «Quem enviarei? Quem irá por nós?» Eu respondi: «Eis-me aqui: podeis enviar-me».
AMBIENTE
Estamos em Jerusalém, 740 a.C.. Isaías tem vinte anos. Enquanto está no Templo, descobre que Deus o chama a ser profeta. No entanto, este relato não deve ser visto como uma reportagem jornalística de acontecimentos, mas sim como uma apresentação teológica de uma experiência interior de vocação. Os pormenores folclóricos – o trono alto em que o Senhor Se senta, os “serafins” com seis asas, o fumo – são elementos simbólicos com que o profeta desenha a grandeza de Deus que lhe chamou.
MENSAGEM
Isaías deixa claro que a sua vocação é obra de Deus.
Em segundo lugar, Tem consciência dos seus limites. A “purificação” sugere que a indignidade e a limitação não são impeditivos para a missão.
Em terceiro lugar, temos a aceitação da missão pelo profeta.
 LEITURA II – 1 Cor 15,1-11
Recordo-vos, irmãos, o Evangelho que vos anunciei e [ ]  pelo qual sereis salvos. [ ]  Transmiti-vos  [ ] o que eu mesmo recebi: Cristo morreu pelos nossos pecados [ ]; foi sepultado e ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras, e apareceu a Pedro e depois aos Doze. Em seguida apareceu a mais de quinhentos irmãos [ ]. Posteriormente apareceu a Tiago e depois a todos os Apóstolos. E [ ], apareceu-me também a mim, como o abortivo. [ ] a graça que Ele me deu não foi inútil. [ ] pregamos; e   vós  acreditastes.
AMBIENTE
A ressurreição dos mortos era relativamente bem aceita no judaísmo, habituado a ver o homem na sua unidade; mas constituía um problema para a mentalidade grega. Porquê? A cultura grega, era influenciada por filosofias dualistas (Platão) que viam no corpo uma realidade negativa e na alma uma realidade ideal e nobre, recusava-se a aceitar a ressurreição do homem integral. Como poderia o corpo que aprisionava a alma e a impedia de subir ao mundo ideal, na opinião dos filósofos gregos – seguir a alma? É a esta questão posta pelos Coríntios que Paulo vai responder neste texto.
MENSAGEM
A argumentação de Paulo é simples: nós ressuscitaremos, porque Cristo já ressuscitou. A comprovação do fato resulta dos outros dois elementos. No que diz respeito ao testemunho das escrituras, Paulo não cita diretamente nenhum texto da Sagrada Escritura em favor da sua tese; mas podemos pensar que  Paulo está referindo a Is 53,8-12 (o quarto poema do Servo de Jahwéh) e a Os 6,2. No que diz respeito às testemunhas da ressurreição de Jesus, Paulo cita seis manifestações de Jesus ressuscitado. Notemos que os apóstolos (Paulo incluído) não testemunharam o momento da ressurreição, mas a experiência de um Jesus que continuou vivo depois da morte. O ressuscitado fez-se presente na vida destes homens. A ressurreição de Cristo é um fato real, mas ao mesmo tempo sobrenatural e meta-histórico, algo que ultrapassa completamente as categorias humanas de espaço e de tempo, a fim de entrar na órbita da fé. É algo que a ciência histórica não pode demonstrar, porque corresponde a uma experiência de fé. O que, historicamente, podemos comprovar, é a incrível transformação dos discípulos que, de homens cheios de medo, de frustração e de covardia, se converteram em arautos destemidos de Jesus, vivo e ressuscitado. Além do mais, a ressurreição é um fato que ocorreu, mas que continua a ocorrer; continua a ter a eficácia primitiva, continua a ser capaz de converter em homens novos, a quantos aceitam Jesus pela fé. A comunidade cristã é convidada a fazer esta descoberta, a partir das Escrituras, do Espírito e da própria vida nova que continuamente vai nascendo nos cristãos.
 EVANGELHO – Lc 5,1-11
[ ] a multidão apertava-se ao seu redor para ouvir a palavra de Deus. Jesus viu duas barcas[ ]. Os pescadores haviam desembarcado e lavavam as redes. Subindo numa das barcas, que era de Simão, pediu que se afastasse um pouco da margem. Depois sentou-se e, da barca, ensinava as multidões. Quando acabou de falar, disse a Simão: “Avança para águas mais profundas, e lançai vossas redes para a pesca”. Simão respondeu: “Mestre, nós trabalhamos a noite inteira e nada pescamos. Mas, em atenção à tua palavra, vou lançar as redes”. Assim fizeram, e apanharam tamanha quantidade de peixes, que as redes se rompiam. Então fizeram sinal aos companheiros da outra barca, para que viessem ajudá-los. Eles vieram, e encheram as duas barcas, a ponto de quase afundarem. Ao ver aquilo, Simão Pedro atirou-se aos pés de Jesus, dizendo: “Senhor, afasta-te de mim, porque sou um pecador!”. [ ] Jesus, porém, disse a Simão: “Não tenhas medo! De hoje em diante tu serás pescador de homens”. Então levaram as barcas para a margem, deixaram tudo e seguiram a Jesus.

AMBIENTE
Estamos na Galileia, no início do ministério de Jesus. Lucas apresentou o programa de Jesus na sinagoga de Nazaré como anúncio da Boa Nova aos pobres e a libertação dos prisioneiros… Agora, começam a notar-se os primeiros resultados da atividade de Jesus: à sua volta formar-se o grupo dos que foram sensíveis a essa proposta de salvação e seguiram Jesus.
MENSAGEM
O texto é uma catequese da identidade cristã:
- Ser cristão é, em primeiro lugar, estar com Jesus “no mesmo barco”. É desse barco, que a Palavra de Jesus se dirige ao mundo, propondo a todos a libertação.
- Ser cristão é, em segundo lugar, escutar a proposta de Jesus, fazer o que Ele diz, cumprir as suas indicações, lançar as redes ao mar.
- Ser cristão é, em terceiro lugar, reconhecer Jesus como “o Senhor”: é o que faz Pedro, ao perceber como a proposta de Jesus gera vida e fecundidade para todos.
- Ser cristão é, em quarto lugar, aceitar a missão que Jesus propõe: ser pescador de homens. O “mar” no ideário judaico: era o lugar dos monstros que procuravam roubar a vida e a felicidade do homem. Ser “pescadores de homens” significa que a missão do cristão é continuar a obra libertadora de Jesus. Trata-se de salvar o homem de morrer afogado no mar da opressão, do egoísmo, do sofrimento, do medo.
- Ser cristão é, finalmente, deixar tudo e seguir Jesus.
ATUALIZAÇÃO
 Estamos no barco de Jesus? Ouvimos suas propostas ou as do mundo?
Chamados a ser “pescadores de homens”, temos por missão combater o mal, a injustiça, o egoísmo, a miséria, tudo o que impede os homens de viver com dignidade e de ser felizes.
Deixamos tudo na praia para seguir Jesus?

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