Entre
Serras e Planícies, um povo luta pela vida
Neste
tema vamos considerar as regiões naturais da terra de Israel: a região do
litoral do mar Mediterrâneo, a região das montanhas da Cisjordânia, a fossa
jordânica e a região montanhosa da Transjordânia. Vamos conhecer algumas
características, as cidades mais importantes, a fauna e a flora, com alguns
paralelos com o Brasil.
Regiões
naturais da terra de Israel
No
estudo anterior, as medidas indicaram que a terra de Israel, de fato, é muito
pequena comparada ao Brasil. Mesmo sendo tão pequena podem-se distinguir na
terra de Israel quatro regiões naturais: a faixa litorânea, a região das
montanhas na Cisjordânia, a fossa Jordânica e a região das montanhas na
Transjordânia.
Faixa litorânea, um
celeiro à beira do mar.
É
uma faixa de terá ao longo do mar Mediterrâneo. Começa em Gaza, a região de
baixas colinas ao sul, e vai até Tiro, ao norte. Tem cerca de 208km de
comprimento. Compreende a planície dos Filisteus, a Costeira, a de Saron, a de
Jezrael e a de Aser, ricas em oliveiras e grãos (Jz 15,5). São regiões muito
férteis por causa das abundantes chuvas. Na região de Gaza, que faz divisa com
o deserto, as chuvas e a agricultura são escassas.
A
estrada mais importante, de comunicação internacional, passa por essa região
entre planícies e montanhas; chama-se estrada do Mar (via Maris; cf. Is 8,23).
Começa no Egito, costeia o Mediterrâneo e, na altura da planície de Jesrael ou
Esdrelon, segue em direção a Tiro e Damasco, capital da Síria. Ao longo da
estrada do Mar, situam-se cidades importantes e fortificadas, como: Laquis,
Lebna, Jâmnia, Cesareia Marítima e outras.
Região das montanhas da
Cisjordânia: entre serras e planícies, o povo constrói sua história.
A
região das montanhas da Cisjordânia é formada pelo deserto do Negueb – também
chamado de deserto de Sin -, pela serra de Judá, na Judeia, pela serra de
Efraim na Samaria e pela serra da Galileia, na Galileia. No deserto do Negueb
encontram-se duas cidades importantes para a história de Israel: Cades Barne
(Dt 9,23) e Bersabeia (Gn 46,1).
A
serra de Judá é formada por uma cadeia de montanhas que chega a 1.020 m de
altura. Começa em Bersabeia, ao sul, e termina um pouco depois de Jerusalém.
Próximo ao mar morto, encontra-se o deserto ao Judá ( Js 16,1; Mt 3,1), onde
pregou João Batista e se formou a comunidade de Qumran. As cidades importantes
dessa região são: Hebron, Belém e Jerusalém. Hebron foi o primeiro centro do
poder de Judá (2Sm 2,1-14). Belém é considerada o lugar de origem da família de
Davi (Rt 1,1; 4,22; 1Sm 16,1). Jerusalém passou a ser o centro religioso e
político após a unificação das tribos, sob o reinado de Davi (2Sm 5,5).
A
serra de Efraim, na Samaria, chega a uma altitude de 300 a 900m (Jz 17,1; 1Sm
1,1). Nessa região situa-se o planalto central com cidades importantes como
Betel, Silo, Siquém, Tersa, Samaria, Dotain e outras. A cidade de Betel era
importante por seu santuário, sobretudo no período dos patriarcas (Gn 12,8;
13,3-4; 28,19). Foi centro de reunião das tribos, no tempo dos juízes (Jz
20,18). Depois, cidade escolhida por Jeroboão I como centro religioso do reino
de Israel na sua parte sul (1Rs 12,29). Silo também era lugar de reuniões no
mesmo período (Jz 21,19; Js 22,9.12). Em Siquém, lugar de um santuário muito
antigo (Gn 12,6), realizou-se a assembleia da confederação das tribos, segundo
Js 24. Ali se estabeleceu o rei Jeroboão após a separação do Reino Unido (1Rs
12,25). Tersa e Samaria foram capitais do Reino do Norte (1Rs 14,17) no período
de Jeroboão a Omri (Onri) (910-870 a.E.C). Samaria foi a segunda (1Rs 16,24).
A serra da
Galileia situa-se entre a serra de Efraim na Samaria e as montanhas do Líbano,
ao norte. Compreende a planície de Jesrael ou Esdrelon. É uma região fértil e a
maior extensão cultivável de Israel. Foi o cenário de grandes lutas na história
do povo. Nela se localizam importantes montes, como o Gelboé (1Cr 10,8) e o
tabor (Jz 4,6). A altitude das colinas vai de 60 a 1.200m. Cidades importantes:
Nazaré e Caná. Na região próxima ao Mediterrâneo, há um clima agradável: frio
no inverno e moderado no verão.
A fosse
jordânica: as águas que ouviram a voz de Jesus
A
fossa jordânica ou depressão de Jordão é formada por uma falha geológica que
desce do norte em direção ao sul. Inicia na região sírio libanesa acima do
nível do mar e chega ao seu ponto mais baixo no mar Morto, formando a maior
depressão da Terra. Estende-se ao longo da África oriental (Etiópia, Kênia,
Tanzânia). Essa Falha é fruto de um cataclismo sísmico da pré-historia. Por
isso, é uma região sujeita a terremotos. A fossa Jordânica começa ao norte, nas
montanhas do Líbano e antilíbano. É formada pelo rio Jordão, lago de Hule, lago
de Genesaré, Mar Morto e Arabá.
O
rio Jordão (Js 3,1; Mt 3,6) nasce aos pés do monte Hermon (2.840 m), com mais
de 60 m de altitude, e desce formando o lago de Hule e o lago de Genesaré, este
com um nível de 210 m abaixo do nível do mar. Ele possui 300 km de comprimento
e 180 km em linha reta. A vazão média do Jordão é de 95m³ por segundo e esse
volume é menor ainda no período da seca. O lago de Hule tinha o comprimento de
13 km por 5 km de largura e uma profundidade de 4,5 m. A superfície era de 14
km². Foi extinto por volta de 1950 e transformado em Parque Nacional.
O
lago de Genesaré (Lc 5,1) recebe também o nome de mar de Tibaríades (Jo 21,1)
ou ainda mar da Galileia(Jo 6,1). Esse lago foi o palco da atividade de Jesus e
muitas vezes citado nos evangelhos. Tem 20km de comprimento, 12km de largura e
40m de profundidade. O clima próximo ao lago é tropical e úmido, agradável e
primaveril no inverno, e muito quente no verão.
O
mar Morto (Ez 47,8), conhecido no Primeiro Testamento como mar salgado (Dt
3,17), é um grande lago no qual desemboca o rio Jordão. Chama-se mar Morto
porque nele não existe vida por causa da alta quantidade de sal, que chega a
27%. Tem 76km de comprimento, 15km de largura e sua superfície é de 920km².
Encontra-se aproximadamente a 396m abaixo do nível do mar. Chega a uma
profundidade de até 400m ao norte e 3m ao sul. Esse é o ponto mais baixo da
terra. O calor nas proximidades do lago é sufocante. Sua evaporação diária era
de 6 a 9 milhões de metros cúbicos. Hoje esse quadro está mudando. As águas dos
rios Jordão e Arnon estão sendo cada vez mais utilizadas para a agricultura e
não chegam mais a compensar o grau de evaporação; desse modo, o nível de água
tende a baixar.
Nas
proximidades do mar Morto há desertos como o de Judá e oásis como Engadi e Zoar.
Arabá,
ao sul, compreende uma região desértica ao longo da qual se prolonga a
depressão do mar Morto até o golfo de Ácaba, passando por entre as montanhas do
Negueb e de Edom. Ao longo da Fossa Jordânica situam-se cidades importantes
como Dã, Cafarnaum, Tiberíades, Jericó...
A região das montanhas
da Transjordânia: frio, chuvas e neve
A
Transjordânia é uma região montanhosa semelhante à Cisjordânia, dela separada
pela fossa Jordânica. As montanhas têm de 600 a 2000m, a leste do Jordão, desde
a Galileia até o sul do mar Morto. Nela se encontra também o planalto oriental
nas proximidades da região de Galaad. As chuvas são abundantes nessa região e
favorecem a agricultura e a criação de ovelhas e bois. O clima é quente e seco
no verão e mais ameno nos lugares altos. No inverno é frio e chuvoso, com frequentes
e abundantes nevadas. A Transjordânia é uma região muito fértil. Ela sempre foi
causa da grande rivalidade entre os poderosos que nela dominaram e se tornou
alvo de muitas advertências dos profetas (Am 4,1; Mq 7,14).
Do
lado da Transjordânia nascem três rios importantes: o Jarmuc ao norte; o Jaboc,
ao centro (Gn 32,23); o Arnon (Dt 2,24) e a torrente de Zaret (Nm 21,12), ao
sul. Entre eles se situam importantes regiões da Transjordânia, atual Jordânia.
Ao norte do rio Jarmuc, localiza-se a região de Basã (Dt 3,10); entre o rio
Jarmuc e o Arnon, a região de Galaad (Dt 3,12), ao centro; entre o rio Jarmuc e
o Arnon, a região de Amon (Dt 3,16); entre o rio Arnon e a torrente de Zared, a
região de Moab (Dt 2,9). Nela se encontra a cidade de Mádaba, que traz no chão
da igreja de São Jorge o primeiro mapa gráfico da terra de Israel. Próximo dela
fica o monte Nebo, sobre o qual, segundo a tradição bíblica, Moisés morreu. Ao
sul da torrente de Zared se encontra a região de Edom (Dt 2,1-14) e de Madiã
(Ex 2,15).
A
região de Edom é arenosa e rósea, e situa-se ao sul do mar Morto. Nessa região
está a cidade arenosa de Petra, dos nabateus, esculpida na rocha.
Pela
Transjordânia passa a segunda estrada mais importante da região que começa no
golfo de Ácaba, sobe a região, que começa no golfo de Ácaba, sobe a região de
Arabá passando por Edom, Moab, Amon e liga-se com a Síria e a Mesopotâmia. É
chamada de estrada Real (via Regis; cf. Nm 21,22). Em seu trajeto, liga-se a
outras estradas secundárias do Egito e de outras regiões.
Israel
e Brasil: terras semelhantes e diferentes
O
relevo das quatro regiões naturais da terra de Israel é muito diversificado. Na
região litorânea predominam as planícies; na Cisjordânia e Transjordânia, as serras
e planaltos; no vale do Jordão, uma grande depressão. Apesar dessa diversidade
do relevo, encontramos semelhanças com o Brasil. Como na terra de Israel, o
relevo brasileiro é formado por planícies, planaltos e serras. As planícies
predominam na região próxima do rio Amazonas, no pantanal mato-grossense e em
menor proporção no litoral, Os planaltos se estendem por todo o território
nacional, enquanto as serras predominam no litoral e nas fronteiras ao norte do
país.
No
norte do estado do Amazonas, quase na fronteira com a Venezuela, na serra do
Imeri, encontra-se o ponto mais alto do Brasil: o pico da Neblina, que chega a
3.014m de altitudes. As planícies marginais ao rio Amazonas apresentam uma
originalidade: quase atravessando o continente de leste a oeste, são bastante
niveladas, pouco acima do nível do mar. Ao entrar em nosso território, o rio
tem uma altitude de 65m em relação ao nível do mar, percorrendo, em declive
muito suave, seu longo curso de pouco mais de 3.000 km até atingir sua foz no
oceano atlântico. A média de altitude das terras brasileiras está entre zero e
900 m, assemelhando-se mais à região central da Cisjordânia. Outra semelhança
encontra-se entre a região do Nordeste brasileiro e a região sul de Israel,
ambas são regiões áridas e com poucas chuvas.
Se
há alguma semelhança entre Brasil e Israel nos aspectos naturais, há também
grandes diferenças, como já se constatou, na extensão territorial, hidrografia
e em outros elementos. Na terra de Israel a água é escassa, há poucos rios. O
Jordão é o maior rio do país, mas, comparado a muitos rios do Brasil, é um
riacho. Os rios brasileiros são inúmeros e parte deles é utilizada para
navegação, hidrelétricas, reservatórios de água e outras finalidades. O rio
Amazonas está entre os maiores do mundo e tem 5.825km de comprimento, com uma
largura média de 4 a 5 km, podendo chegar a 50km de margem a margem, durante as
cheias.
Clima
da terra de Israel e do Brasil
As
montanhas, chuvas e ventos interferem muito no clima de Israel. Predomina o
clima subtropical do Mediterrâneo. Duas estações são fortes e determinantes: o
inverno e o verão. O inverno prolonga-se de novembro a março e caracteriza-se
por abundantes chuvas e pelo frio. Sobre as montanhas chega a cair neve,
seguindo-se dias com neblina. O vento sul e oeste é responsável pelas chuvas
que caem nesse período. O verão começa em maio e termina em setembro. A
temperatura é quente e seca. A intensidade do calor do verão é amenizada pelos
ventos frescos e secos que chegam da região Norte e Leste.
A
primavera e o outono não são determinantes e têm curta duração. A primavera
fica reduzida, aproximadamente, a abril, e o outono, a outubro. Na primavera e
no outono os ventos que vêm da região Leste e Sul são quentes, secos e
carregados de areia, por isso são prejudiciais ao ser humano, aos animais e à
agricultura.
Israel
é um pequeno país; seu clima é diversificado e tem semelhanças e diferenças com
o clima do Brasil. Nos dois Países há duas estações que predominam: o inverno e
o verão. Na terra de Israel, o inverno é frio e chuvoso; no Brasil, é chuvoso e
quente nas regiões Norte e Nordeste, frio e seco na região Central e frio e
chuvoso no Sul. O verão em Israel é quente e seco; no Brasil, em algumas
regiões também é quente e seco; em outras, chuvoso e quente.
O
orvalho e o povo: uma benção de Deus para a terra
No
Brasil conhecemos o orvalho, mas não na intensidade daquele que cai em Israel.
O fenômeno do orvalho é comum e profuso. Tem uma função importante nessa
região, onde a chuva é escassa. Durante a noite, o orvalho cai abundantemente (Jz
6,37-40) a ponto de umedecer a terra, favorecendo uma vegetação rasteira nas
estepes e no deserto. É mais intenso na região costeira, proporcionando uma
temperatura agradável no verão e amenizando o problema da água, sobre tudo no
tempo das secas.
Mesmo
assim o orvalho não era tão abundante a ponto de ser retido em cisternas e
poços. Estes eram cavados em terreno rochoso para reter as águas das chuvas, ou
na terra, até atingirem um veio d’água, e utilizados especialmente pelos
pastores nômades, para si mesmos e para os rebanhos. Na Bíblia encontramos
diversos textos que falam da disputa entre pastores e pastoras pelos poços
d’água (Gn 21,25; 26, 18-22). Eles se tornaram no passado lugares de encontro,
principalmente entre os jovens pastores e as moças que iam tirar água. Isaac (por
intermédio do servo Eliezer), Jacó e Moisés (Gn 24,11.14-15;29,1-18; Ex
2,15-21) encontraram junto a esses poços suas esposas. No Segundo Testamento é
muito conhecido o encontro de Jesus com a Samaritana junto ao poço de Jacó (Jo
4,6-7). Hoje os poços são mais utilizados no interior, sobretudo nas regiões
onde a água para vegetação é escassa, como no sertão do Nordeste Brasileiro.
Minerais
da terra de israel e do Brasil
Na
terra de Israel não existiam minas de ouro e prata; esses metais chegavam por
meio dos povos vizinhos, coo o Egito (Ex 32,4), a Fenícia e Ofir, de onde o rei
Salomão, segundo a tradição bíblica, importou ouro e “fez com que a prata fosse
tão comum em Jerusalém quanto as pedras” (1Rs 10,21-27). O cobre, metal mais
abundante no antigo Israel, era extraído das minas mediante aquecimento. A área
de mineração de cobre se encontra na região desértica entre o mar Morto e o
golfo de Ácaba. Em timna, cerca de 20km ao norte de Elat, foram encontradas
galerias subterrâneas ainda anteriores ao rei Salomão.
O
uso do ferro se difundiu lentamente em Israel. No tempo de Davi e Salomão, os
israelitas começaram a produzir utensílios de Ferro. Outros recursos minerais
da região eram as pedras de alvenaria, argila, betume e areia, além dos
elementos químicos encontrados na região do mar Morto, como o potássio e o
magnésio.
O
solo brasileiro é pródigo de riquezas minerais segundo as diferentes regiões:
no Norte, há petróleo, ouro, cassiterita, bauxita, manganês e ferro. No
Nordeste, há sal e petróleo, No Sudeste, há ferro, manganês, cassiterita,
petróleo, minerais atômicos, sal e bauxita. No Sul, há carvão mineral e cobra.
No Centro-Oeste, há cassiterita, níquel, ferro e manganês.
A
fauna da terra de Israel e do Brasil
Em
Israel são conhecidas muitas espécies de animais. A Bíblia traz nomes de
animais selvagens, de carga, de criação, aves de rapina e migratórias. Entre os
animais selvagens destacam-se: urso (1Sm 17,34-36), raposa (jz 15,4), chacal
(Jr 9,10), leopardo ( Is 11,6), Leão (Ap 5,5), lobo (Mt 7,15), cervo e gazela
(Ct 2,8-9). Entre os animais de carga, são mais conhecidos na Bíblia o jumento
(Zc 9.9; Nm 22,21), o mulo (Ez 27,14), o camelo (Jó 1,3) e o cavalo (Est
6,8-11). Os animais de criação conhecido nos textos bíblicos são: ovelhas,
cabras (Jo 10.1-12; Mt 25,32) e gado bovino (Lv 1,2-5). A Bíblia menciona cerca
de 50 espécies de aves, muitas das quais de difícil identificação. Entre as
aves de rapina, são conhecidas a águia (Is 40,31), a coruja (Is 24,11) e o
corvo (1Rs 17,4). E entre as aves que serviam de alimentos. Citam-se a
pomba-rola (Mt 3,16; 21,12), a perdiz (1Sm 26,20), a codorniz (Ex 16,13) e o
pardal (Lc 12,6-7).
Há
uma fauna variada tanto em Israel como no território brasileiro. Este é
dividido em sete ecossistemas: mata amazônica, mata atlântica, pinheirais,
manguezais e restingas, cerrado, caatinga e pantanal. Cada um desses
ecossistemas contém uma fauna abundante e características em mamíferos, aves,
répteis, anfíbios, peixes, equinodermos, artrópode, moluscos e outros.
A flora da terra de Israel e do Brasil
A
Bíblia menciona muitas espécies de plantas, algumas bem conhecidas, outras de
difícil identificação. Entre os cereais mais conhecidos aparecem favas,
lentilhas, cevada, trigo (2Sm 17,28; Ex 9,31-32) e painço. O linho servia para
fabricar roupas e envolver cadáveres (Ex 26.1; Jo 20,6). O papiro servia para a
escrita e a fabricação de cestos, sandálias e embarcações (Is 18,2; Ex 2,3).
Havia
plantas usadas para temperos: canela (Ct 4,14), cominho (Mt 23,23), hissopo (Jo
19,29) e mostarda (Mt 13,31-32). Plantas medicinais e perfumes: incenso (Mt
2,11), mirra (Mc 15,23), nardo (Jo 12,3), absinto e fel. Entre as plantas
silvestres: lírio do campo (Mt 6,28), ervas daninhas e joio (Mt 13,24-30).
As árvores e
arbustos frutíferos importantes, nomeados pelo povo de Israel, são: amendoeira
(Jr 1,11), figueira (Jo 1,48; Ct 2,13), sicômorro (Am 7,14; Lc 19,4), mamoneira
(Jn 4,6), oliveira (Jz 9,8), palmeira (tamareira) (Jo 12,13), romãzeira (1Rs
7,20; Ct 6,11) e videira (Nm 13,20; Jo 15,1). As árvores e arbustos não
frutíferos: acácia (Ex 25,10), cedro (1Rs 7,12), Mirto (Is 41,19), cipreste
(1Rs 5,22), carvalho (Is 2,13), terebinto (Os 4,13), salgueiro (Is 15,7) e
álamo (Gn 30,37). A maior parte das plantas é conhecida no Brasil. Grande parte
delas pode ser encontrada na floresta amazônica, na mata atlântica, na mata de
araucária, no pantanal, nos pampas, no cerrado e na caatinga. São as grandes regiões onde se encontra uma
vegetação características em nosso país.
Na floresta
amazônica as árvores são de grande porte e predominam o castanheiro-do-pará, a
copaíba, a seringueira, o guaraná e a baunilha. Na mata atlântica há predomínio
do ipê, da peroba do jacarandá e do pau-brasil. A mata araucária possui o
pinheiro-do-paraná e o pinho.
O
pantanal apresenta uma vegetação variada e de pequeno porte. Os pampas e
cerrados têm uma vegetação rasteira propícia para a criação do gado. A caatinga
caracteriza-se pelos cactos e arbustos de pequeno porte.
Conclusão
Israel e Brasil,
terras santas onde pisou o povo de Deus de ontem e de hoje. Neste estudo sobre
as terras bíblicas, tivemos uma visão geral da terra de Israel e a
possibilidade de relacioná-la com o Brasil, nas semelhanças e diferenças.
Situamos as duas terras geograficamente, com a respectiva extensão territorial,
condições naturais de relevo, clima, hidrografia, flora e fauna.
O
estudo integrado entre os dois países possibilitou uma leitura situada da terra
de Israel, comparada com a realidade brasileira, que conhecemos. Conscientes de
que a realidade geográfica determina e influencia as condições de vida de um
povo, concluímos que, se podemos chamar Terra Santa a terra de Israel, podemos
igualmente chamar Terra Santa toda a terra onde pisa o povo de Deus de ontem e
de hoje.
O
que faz com que a terra seja santa é o presente que Deus dela fez a seus filhos
e filhas que ontem e hoje nela vivem e fazem história. O ser humano é
obra-prima de Deus Criador que “fez o céu e a terra” e os destinou como morada
presente e futura para todos e todas. Deste modo a terra de Israel, a nossa
terra, como as terras ocupadas pelos demais povos são igualmente sagradas.
Neste estudo, conhecemos a terra de Israel. Agora vamos conhecer o povo que
nela se formou durante o período das tradições orais (Próximo texto).