terça-feira, 9 de dezembro de 2014

MOMENTO COM PALAVRA 09.12.14


Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Mateus 8,12-14
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos:
12Que vos parece?
Se um homem tem cem ovelhas, e uma delas se perde,
não deixa ele as noventa e nove nas montanhas,
para procurar aquela que se perdeu?
13Em verdade vos digo, se ele a encontrar,
ficará mais feliz com ela,
do que com as noventa e nove que não se perderam.
14Do mesmo modo, o Pai que está nos céus
não deseja que se perca nenhum desses pequeninos.
Palavra da Salvação.

Os tempos messiânicos são os tempos de misericórdia de Deus, de restauração da união entre o céu e a terra, tempos em que todos os que não estão participando ativamente do Reino de Deus são convidados a voltar e a viver a vida de amizade e intimidade com Deus. A vinda de Jesus ao mundo é a grande manifestação do Deus que ama todas as pessoas e vem ao seu encontro. Se a partir do pecado nos afastamos de Deus e do seu amor, a misericórdia de Deus vem ao nosso encontro de modo que, restaurados pela graça, não nos percamos, mas participemos da plenitude da vida divina.


segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

MOMENTO COM A PALAVRA - SOLENIDADE DA IMACULADA CONCEIÇÃO DE NOSSA SENHORA


Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas 1,26-38
Naquele tempo:
26O anjo Gabriel foi enviado por Deus
a uma cidade da Galiléia, chamada Nazaré,
27a uma virgem, prometida em casamento
a um homem chamado José.
Ele era descendente de Davi
e o nome da virgem era Maria
28O anjo entrou onde ela estava e disse:
'Alegra-te, cheia de graça, o Senhor está contigo!'
29Maria ficou perturbada com estas palavras e começou a
pensar qual seria o significado da saudação.
30O anjo, então, disse-lhe:
'Não tenhas medo, Maria,
porque encontraste graça diante de Deus.
31Eis que conceberás e darás à luz um filho,
a quem porás o nome de Jesus.
32Ele será grande, será chamado Filho do Altíssimo,
e o Senhor Deus lhe dará o trono de seu pai Davi.
33Ele reinará para sempre sobre os descendentes de Jacó,
e o seu reino não terá fim'.
34Maria perguntou ao anjo:
'Como acontecerá isso,
se eu não conheço homem algum?'
35O anjo respondeu:
'O Espírito virá sobre ti,
e o poder do Altissimo te cobrirá com sua sombra.
Por isso, o menino que vai nascer
será chamado Santo, Filho de Deus.
36Também Isabel, tua parenta,
concebeu um filho na velhice.
Este já é o sexto mês
daquela que era considerada estéril,
37porque para Deus nada é impossível'.
38Maria, então, disse:
'Eis aqui a serva do Senhor;
faça-se em mim segundo a tua palavra!'
E o anjo retirou-se.
Palavra da Salvação.
Jesus se insere na história da humanidade e, ao fazê-lo, também passa a ter uma história. Ele é verdadeiramente homem e assume em tudo a condição humana, menos o pecado Ao comemorarmos a Imaculada Conceição da Virgem Maria, estamos comemorando um fato da história do próprio Cristo, pois a Imaculada Conceição de Maria está condicionada ao nascimento de Cristo, uma vez que Deus estava preparando o ventre digno de receber seu próprio Filho. Com isso, podemos perceber a ação do Deus que é Senhor da história e que, agindo na própria história da humanidade, conta com a colaboração de todos para a realização do seu plano.

sábado, 6 de dezembro de 2014

MOMENTO FORMATIVO - LEITURA ORANTE DA PALAVRA DE DEUS


PASSOS DE UMA LEITURA ORANTE

Antes de tudo, colocar-se à luz do Espírito de Deus e pedir sua ajuda.
Depois, seguir os quatro degraus da Leitura Orante da Bíblia:
Leitura, Meditação, Oração, Contemplação.
1º - Leitura
A leitura é o primeiro passo, ou degrau da Leitura Orante da Bíblia. Ler na Bíblia, reler, tornar a ler, cada vez mais, conhecer bem o que está escrito, até assimilar o próprio texto; respeitar o texto tal como ele é, sem interpretações precipitadas, sem achar que já conhece esse texto. A Sagrada Escritura é como uma fonte de água. A cada instante brota uma água nova que não é a mesma água do segundo anterior. É como um copo de água que você bebe. Só se bebe aquele copo d’água uma vez na vida. Assim cremos que seja a Palavra de Deus é sempre nova e atual. Ao ler o texto da Escritura, fazê-lo com o respeito de quem se encontra pela primeira vez.
A PRIMEIRA GRANDE PERGUNTA QUE NORTEIA O PROCESSO DA A LEITURA ORANTE: O QUE DIZ O TEXTO.
Nesse primeiro momento, o leitor não deve se preocupar com mais nada (procurar interpretações, significados para a vida), esse ainda não é o momento.  Apenas ler o texto. Se desejares pode em silêncio refazer os passos do texto mentalmente e ficar repetindo uma expressão forte que lhe tenha chamado atenção.
2º - Meditação
A meditação é o segundo degrau. Depois de ouvir e ler a Sagrada Escritura, de assimilá-la criativa e ativamente, vamos usar a imaginação, palavras, a repetição mental ou oral de uma palavra, uma frase, um versículo. Repetir de memória, com a boca, o que foi lido e compreendido. Vamos ruminar até que, da boca e da cabeça, passe para o coração. Já não é mais só o que o texto diz, mas o que esta palavra está dizendo hoje, o que me diz concretamente dentro da realidade em que estamos vivendo. O que Deus falou no passado e o que está falando hoje, através deste texto? É uma forma simples de meditação, um jeito de saborear o texto com cores e cheiros de hoje, da nossa realidade. 
DAÍ VEM A SEGUNDA GRANDE PERGUNTA: O QUE O TEXTO DIZ PARA MIM?  É o momento de se colocar dentro do texto, de se perguntar e se deixar tocar pela Palavra.
3º - Oração
A meditação nos faz subir o terceiro degrau. A leitura e meditação se transformam em um encontro mais direto, íntimo e pessoal com Deus. Entramos em diálogo, em comunhão amorosa com Deus. Respondemos a Deus, pedimos que nos ajude a praticar o que a sua Palavra nos pede. O texto bíblico e a realidade de hoje nos motivam a rezar. O terceiro passo é a oração pessoal que pode desabrochar em oração comunitária, expressão espontânea de nossas convicções e sentimentos mais profundos. “A Palavra está muito perto de ti: ... no teu coração”.
(Rezar – suplicar, louvar, dialogar com Deus, orar com um salmo...)
NESSE DEGRAU NOS VEM A PEGUNTA: O QUE O TEXTO ME FAZ DIZER A DEUS? Momento de elevar a Deus sua prece, sua súplica, seu agradecimento por aquilo que a Palavra suscitou no seu coração.
4º - Contemplação
É o transbordamento do coração em ação transformadora. “Para que ponhas em prática” (Dt 30,14). Contemplar não é algo intelectual, que se passa na cabeça, mas é um agir novo que envolve todo nosso ser. É contemplativa a pessoa que tem o “jeito novo” de ser, viver, ver e assumir a vida, conforme o projeto daquele que é o nosso único Mestre e que nos diz: “Vocês são todos irmãos” (Mt 23,8). A Leitura Orante se torna uma atitude continuada no dia-a-dia por uma ação transformadora – pessoal, comunitária, social, mundial.
NO FINAL DO PROCESSO DEVE-SE FAZER A ÚLTIMA PERGUNTA: QUAL O NOVO OLHAR QUE A PALAVRA DE DEUS ME PROPORCIONA? Momento de fazer, de um jeito concreto, o seu compromisso.

Boa oração a todos!

Pe. Felipe.

SEGUNDO DOMINGO DO ADVENTO


Leitura do Livro do Profeta Isaías 40,1-5.9-11
1Consolai o meu povo, consolai-o!
- diz o vosso Deus -.
2Falai ao coração de Jerusalém
e dizei em alta voz que sua servidão acabou
e a expiação de suas culpas foi cumprida;
ela recebeu das mãos do Senhor
o dobro por todos os seus pecados.
3Grita uma voz:
'Preparai no deserto o caminho do Senhor,
aplainai na solidão a estrada de nosso Deus.
4Nivelem-se todos os vales,
rebaixem-se todos os montes e colinas;
endireite-se o que é torto
e alisem-se as asperezas:
5a glória do Senhor então se manifestará,
e todos os homens verão juntamente
o que a boca do Senhor falou'.
9Sobe a um alto monte,
tu, que trazes a boa nova a Sião;
levanta com força a tua voz,
tu, que trazes a boa nova a Jerusalém,
ergue a voz, não temas;
dize às cidades de Judá: 'Eis o vosso Deus,
10eis que o Senhor Deus vem com poder,
seu braço tudo domina: eis, com ele, sua conquista,
eis à sua frente a vitória.
11Como um pastor, ele apascenta o rebanho,
reúne, com a força dos braços, os cordeiros
e carrega-os ao colo;
ele mesmo tange as ovelhas-mães'.
Palavra do Senhor.
Trecho do Deutero-Isaías (cf. Is 40-55). - Babilônia. Estamos na fase final do Exílio, entre 550 e 539 a.C. Muitos dos exilados estão frustrados e desorientados, sem entender porque é que Deus permitiu o drama da derrota e do Exílio… Outros não pensam em regressar à sua terra nem esperam nada de Deus.
            As notícias das vitórias de Ciro, o persa,  acende a esperança de libertação dos exilados… – a quem é que deve ser atribuída a libertação: a Iahweh, ou aos deuses persas? Por que um estrangeiro? Valerá a pena arriscar o regresso? Este é o contexto do Deutero-Isaías. A mensagem é de consolo e esperança. Anuncia a libertação como no antigo êxodo do Egito. Ciro é apresentado como “o instrumento escolhido de Iahweh”.
O profeta anuncia que a “consolação” do Senhor está próxima. Os exilados pensavam que o Exílio era o castigo pelos pecados cometidos. Neste contexto, Deus diz-lhes: chegou o tempo do reencontro, o tempo de refazer a comunhão e a Aliança. O tempo de escravidão terminou.
O autor convida a preparar “no deserto, na solidão, o caminho do Senhor”,. O tema do  deserto leva-nos ao Êxodo do Egito para a terra de liberdade (na qual o Povo fez uma experiência de encontro com Deus, amadureceu na fé e passou de uma mentalidade de egoísmo para uma mentalidade de comunhão e de liberdade).
            Deus prepara um Novo Êxodo. Será um caminho fácil, glorioso, triunfal, pelo qual irão passar da terra da escravidão à terra da liberdade. Será uma nova experiência do amor e da bondade de Deus e redescobrir os caminhos da comunhão e da aliança. Naturalmente, é preciso que os exilados aceitem confiar em Deus, aceitem o desafio de retornar à Aliança, aceitem renunciar à escravidão para correr o risco da liberdade.
Na terceira parte, Um “mensageiro”  proclama uma “boa notícia”: o Deus poderoso do Êxodo (“vem com poder, o seu braço dominará”) conduz pessoalmente o seu Povo de regresso à Terra Prometida… Ele é o Pastor que reúne o seu rebanho, apascenta e cuida das ovelhas,. A referência às ovelhas mais fracas, sublinha o amor, a ternura de Iahweh. Trata-se de uma mensagem de “consolação” destinada fortalecer a fé e a esperança.
            Deus não abandona o seu povo. Hoje, sentimo-nos frustrados pela violência e sofrimento de tantos irmãos, ou os pobres que são esquecidos. O profeta garante-nos que Deus é fiel aos compromissos que assumiu para com os seus filhos. Ele não está alheio da história e continua a vir ao nosso encontro e a oferecer-Se para nos conduzir com amor e solicitude ao encontro da vida e da verdadeira liberdade.
• O profeta convida-nos a abrir o coração à novidade de Deus. É preciso correr riscos, aceitar despojar-se do egoísmo, do comodismo, do materialismo, da escravidão dos bens, dos preconceitos para percorrer, com Deus, esse caminho de regresso à vida nova da liberdade.
• O Advento é o tempo favorável para limparmos os caminhos da nossa vida, de forma a que Deus possa nascer em nós e, através de nós, libertar o mundo.
• Através dos seus mensageiros que Deus continua a oferecer ao mundo, a esperança, a liberdade, a salvação. Sentimo-nos sinais vivos de Deus e testemunhas da sua proposta libertadora diante dos nossos irmãos, ou preferimos uma vida egoísta, cômoda, sem compromissos?
Leitura da Segunda Carta de São Pedro 3,8-14
8Uma coisa vós não podeis desconhecer, caríssimos:
para o Senhor, um dia é como mil anos
e mil anos como um dia.
9O Senhor não tarda a cumprir sua promessa,
como pensam alguns, achando que demora.
Ele está usando de paciência para convosco.
Pois não deseja que alguém se perca.
ao contrário, quer que todos venham a converter-se.
10O dia do Senhor chegará como um ladrão,
e então os céus acabarão com barulho espantoso;
os elementos, devorados pelas chamas, se dissolverão,
e a terra será consumida com tudo o que nela se fez.
11Se deste modo tudo se vai desintegrar,
qual não deve ser o vosso empenho
numa vida santa e piedosa,
12enquanto esperais com anseio a vinda do Dia de Deus,
quando os céus em chama se vão derreter,
e os elementos, consumidos pelo fogo, se fundirão?
13O que nós esperamos, de acordo com a sua promessa,
são novos céus e uma nova terra,
onde habitará a justiça.
14Caríssimos, vivendo nesta esperança,
esforçai-vos para que ele vos encontre
numa vida pura e sem mancha e em paz.
Palavra do Senhor.
O autor convida-os a conservarem-se fiéis aos ensinamentos recebidos, evitando deixarem-se confundir pelas doutrinas dos alguns falsos mestres. é consensual entre os estudiosos que este escrito é bem posterior ao apóstolo Pedro. É um judeu-cristão com sólida formação helênica e que conhece bem a vida e a catequese do apóstolo Pedro. Alguns situam esta carta por volta do ano 125.
            O “dia do Senhor”; e uma exortação a uma vida santa. Estavam convencidos da chegada de Jesus para instaurar definitivamente o Reino de Deus. O tempo passava e nada acontecia. O autor explica as razões pelas quais o Senhor ainda não veio… A primeira é que Deus não depende do tempo (“um dia é como mil anos e mil anos como um dia”); a segunda é que Deus é paciente para dar a todos a oportunidade de salvação. Não é possível definir o momento exato da segunda vinda de Jesus: os crentes devem esperar vigilantes e preparados.

+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos 1,1-8
1Início do Evangelho de Jesus Cristo, Filho de Deus.
2Está escrito no livro do profeta Isaías:
'Eis que envio meu mensageiro à tua frente,
para preparar o teu caminho.
3Esta é a voz daquele que grita no deserto:
'Preparai o caminho do Senhor,
endireitai suas estradas!''
4Foi assim que João Batista apareceu no deserto,
pregando um batismo de conversão
para o perdão dos pecados.
5Toda a região da Judéia e todos os moradores de
Jerusalém iam ao seu encontro.
Confessavam os seus pecados
e João os batizava no rio Jordão.
6João se vestia com uma pele de camelo
e comia gafanhotos e mel do campo.
7E pregava, dizendo:
'Depois de mim virá alguém mais forte do que eu.
Eu nem sou digno de me abaixar
para desamarrar suas sandálias.
8Eu vos batizei com água,
mas ele vos batizará com o Espírito Santo.'
Palavra da Salvação.
João Batista é o “mensageiro” que prepara o caminho para o “Messias”, “Filho de Deus”; O “batismo de penitência” proposto por João representa um convite à mudança radical de vida, de comportamento, de mentalidade. Para João, este “batismo” é um rito de iniciação à comunidade messiânica: quem aceitava este “batismo” passava a viver uma vida nova e aceitava integrar a comunidade do Messias. A pregação é feita “no deserto”. O “deserto” é o lugar onde o Povo de Deus realizou uma caminhada de purificação e de conversão. Foi no deserto que passaram de uma mentalidade de escravos a uma mentalidade de homens livres, aprenderam a partilha, fizeram a Aliança com Iahweh, à confiança total num Deus que é fonte de vida e de liberdade para o seu Povo. O estilo de vida de João é um convite à renúncia aos valores do mundo. Além disso, o estilo de vida de João evoca o profeta Elias que se vestia “de peles” e era destinado a aparecer de novo para anunciar a chegada da era messiânica (cf. Mal 3,22-24). A identificação física de João com Elias significa que a era messiânica chegou e que João é o mensageiro esperado, cuja mensagem prepara a chegada do Messias libertador. João fala da “força” do Messias e define a sua missão como “batizar no Espírito”. O Messias terá a força de Deus e a sua missão será comunicar esse Espírito de Deus, que transforma, renova e recria os corações dos homens.
            Em resumo: João é o mensageiro, enviado por Deus para preparar os homens para a chegada do Messias. A mensagem transmitida por João – com a palavra e com a própria atitude de vida – é um apelo veemente à mudança de vida e de mentalidade, a fim de que a proposta do Messias libertador encontre lugar no coração dos homens. João deixa claro que a missão do Messias é comunicar o Espírito que transforma o homem.
            João afirma que preparar a vinda do Messias passa pela “metanóia” – por uma transformação total do homem,   nova atitude,  outra escala de valores, mudança radical de pensamento,  postura nova, por um movimento radical que leve o homem a reequacionar a sua vida e a colocar Deus no centro da sua existência e dos seus interesses. Neste tempo de Advento preparar a vinda de Jesus exige de nós uma transformação radical da nossa vida, dos nossos valores, da nossa mentalidade…
• Deus convida o homem à transformação e à mudança através de profetas a quem Ele chama e a quem confia a missão de questionar o mundo. Estejamos atentos aos profetas que questionam o nosso estilo de vida e os valores. Nós, profetas pelo batismo, somos enviados a questionar o mundo e os nossos irmãos.
• O “estilo de vida” de João é o testemunho consciente das prioridades e não dá importância aos aspectos secundários da vida – como sejam a roupa “de marca” ou a alimentação cuidada. Quais são os valores fundamentais para mim, os valores que marcam as minhas decisões e opções? São valores importantes, decisivos, eternos, capazes de me dar vida e felicidade, ou são valores efêmeros, particulares, egoístas e geradores de dependência e escravidão?

• Marcos convida-nos a uma resposta objetiva; Estamos ou não dispostos a dizer “sim” aos apelos de Deus? Aceitamos a “metanóia”? Isso significa uma renúncia ao nosso comodismo, à nossa preguiça, ao nosso egoísmo, à nossa auto-suficiência e um embarcar decidido na aventura do Reino que Jesus, há mais de dois mil anos, veio propor aos homens…

sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

MOMENTO COM A PALAVRA DE DEUS 05.12.14


6ª FEIRA da 1ª SEMANA Advento

+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Mateus 9,27-31
Naquele tempo:
27Partindo Jesus, dois cegos o seguiram, gritando:
'Tem piedade de nós, filho de Davi!'
28Quando Jesus entrou em casa,
os cegos se aproximaram dele.
Então Jesus perguntou-lhes:
'Vós acreditais que eu posso fazer isso?'
Eles responderam: 'Sim, Senhor.'
29Então Jesus tocou nos olhos deles, dizendo:
'Faça-se conforme a vossa fé.'
30E os olhos deles se abriram.
Jesus os advertiu severamente:
'Tomai cuidado para que ninguém fique sabendo.'
31Mas eles saíram,
e espalharam sua fama por toda aquela região.
Palavra da Salvação.

Jesus é reconhecido pelos cegos como o Filho de Davi, como aquele que realiza o que foi prometido por Deus a Davi no tempo em que ele era o Rei de Israel, de lhe dar um sucessor no trono. Mas Deus vai muito além do que foi prometido a Davi e instala, por meio de Jesus, o seu próprio Reino no meio dos homens, o Reino que é infinitamente superior ao Reino de Israel do Antigo Testamento e totalmente diferente dele. Mas só percebe a presença deste Reino quem tem fé, quem não é cego, mas tem os olhos abertos para as realidades espirituais.

quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

O TEMPO DO ADVENTO


O tempo do advento

         A palavra "advento" quer dizer "que está para vir". O tempo do Advento é para toda a Igreja, momento de forte mergulho na liturgia e na mística cristã. É tempo de espera e esperança, de estarmos atentos e vigilantes, preparando-nos alegremente para a vinda do Senhor, como uma noiva que se enfeita, se prepara para a chegada de seu noivo, seu amado.
O Advento começa às vésperas do Domingo mais próximo do dia 30 de Novembro e vai até as primeiras vésperas do Natal de Jesus contando quatro domingos.
Esse Tempo possui duas características: As duas últimas semanas, dos dias 17 a 24 de dezembro, visam em especial, a preparação para a celebração do Natal, a primeira vinda de Jesus entre nós. Nas duas primeiras semanas, a nossa expectativa se volta para a segunda vinda definitiva e gloriosa de Jesus Cristo, Salvador e Senhor da história, no final dos tempos. Por isto, o Tempo do Advento é um tempo de piedosa e alegre expectativa.
Teologia do Advento:

         O Advento recorda a dimensão histórica da salvação, evidencia a dimensão escatológica do mistério cristão e nos insere no caráter missionário da vinda de Cristo. Ao serem aprofundados os textos litúrgicos desse tempo, constata-se na história da humanidade o mistério da vinda do Senhor. Jesus que de fato se encarna e se torna presença salvífica na história, confirmando a promessa e a aliança feita ao povo de Israel. Deus que, ao se fazer carne, plenifica o tempo (Gl 4,4) e torna próximo o Reino (Mc 1,15) . O Advento recorda também o Deus da revelação, Aquele que é, que era e que vem (Ap 1, 4-8), que está sempre realizando a salvação mas cuja consumação se cumprirá no "dia do Senhor", no final dos tempos.
 O caráter missionário do Advento se manifesta na Igreja pelo anúncio do Reino e a sua acolhida pelo coração do homem até a manifestação gloriosa de Cristo. As figuras de João Batista e Maria são exemplos concretos da missionariedade de cada cristão, quer preparando o caminho do Senhor, quer levando o Cristo ao irmão para o santificar. Não se pode esquecer que toda a humanidade e a criação vivem em clima de advento, de ansiosa espera da manifestação cada vez mais visível do Reino de Deus.
A celebração do Advento é, portanto, um meio precioso e indispensável para nos ensinar sobre o mistério da salvação e assim termos a Jesus como referencia e fundamento, dispondo-nos a "perder" a vida em favor do anúncio e instalação do Reino.
A espiritualidade do advento
A liturgia do Advento nos impulsiona a reviver alguns dos valores essenciais cristãos, como a alegria expectante e vigilante, a esperança, a pobreza, a conversão.
Deus é fiel a suas promessas: o Salvador virá; daí a alegre expectativa, que deve nesse tempo, não só ser lembrada, mas vivida, pois aquilo que se espera acontecerá com certeza. 
Portanto, não se está diante de algo irreal, fictício, passado, mas diante de uma realidade concreta e atual. A esperança da Igreja é a esperança de Israel já realizada em Cristo, mas que só se consumará definitivamente na parusia do Senhor. Por isso, o brado da Igreja característico nesse tempo é "Maranatha"! Vem Senhor Jesus!
O tempo do Advento é tempo de esperança porque Cristo é a nossa esperança (I Tm 1, 1); esperança na renovação de todas as coisas, na libertação das nossas misérias, pecados, fraquezas, na vida eterna, esperança que nos forma na paciência diante das dificuldades e tribulações da vida, diante das perseguições, etc.
O Advento também é tempo propício à conversão. Sem um retorno de todo o ser a Cristo não há como viver a alegria e a esperança na expectativa da Sua vinda. É necessário que "preparemos o caminho do Senhor" nas nossas próprias vidas, "lutando até o sangue" contra o pecado, através de uma maior disposição para a oração e mergulho na Palavra.
No Advento, precisamos nos questionar e aprofundar a vivência da pobreza. Não pobreza econômica, mas principalmente aquela que leva a confiar, se abandonar e depender inteiramente de Deus (e não dos bens terrenos), que tem n'Ele a única riqueza, a única esperança e que conduz à verdadeira humildade, mansidão e posse do Reino.

http://www.saomiguelsd.com/doc/formacao/o_tempo_do_advento.html

MOMENTO COM A PALAVRA DE DEUS 04.12.14

5ª FEIRA da 1ª SEMANA Advento

+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Mateus 7,21.24-27
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos:
2lNem todo aquele que me diz: 'Senhor, Senhor',
entrará no Reino dos Céus, mas o que põe em prática
a vontade de meu Pai que está nos céus.
24Portanto, quem ouve estas minhas palavras
e as põe em prática,
é como um homem prudente,
que construiu sua casa sobre a rocha.
25Caiu a chuva, vieram as enchentes,
os ventos deram contra a casa,
mas a casa não caiu,
porque estava construída sobre a rocha.
26Por outro lado,
quem ouve estas minhas palavras e não as põe em prática,
é como um homem sem juízo,
que construiu sua casa sobre a areia.
27Caiu a chuva, vieram as enchentes,
os ventos sopraram e deram contra a casa,
e a casa caiu, e sua ruína foi completa!'
Palavra da Salvação.


Somente quem faz a vontade do Pai que está nos céus irá participar plenamente do seu Reino. Jesus veio até nós para nos revelar quem é o Pai, assim como a sua vontade, para que, a partir do seu conhecimento, pudéssemos praticá-la e participar conscientemente do Reino. Por isso, todos os que desejam a vida eterna devem fundamentar a sua existência na palavra de Jesus e procurar viver segundo os valores que ele pregou no Evangelho, colocando em prática a vontade do Pai, que Jesus, ao se fazer homem e vir ao mundo, revelou para todos nós.

quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

CARACTERÍSTICAS DA TERRA DE ISRAEL



Entre Serras e Planícies, um povo luta pela vida
Neste tema vamos considerar as regiões naturais da terra de Israel: a região do litoral do mar Mediterrâneo, a região das montanhas da Cisjordânia, a fossa jordânica e a região montanhosa da Transjordânia. Vamos conhecer algumas características, as cidades mais importantes, a fauna e a flora, com alguns paralelos com o Brasil.
Regiões naturais da terra de Israel
No estudo anterior, as medidas indicaram que a terra de Israel, de fato, é muito pequena comparada ao Brasil. Mesmo sendo tão pequena podem-se distinguir na terra de Israel quatro regiões naturais: a faixa litorânea, a região das montanhas na Cisjordânia, a fossa Jordânica e a região das montanhas na Transjordânia.
Faixa litorânea, um celeiro à beira do mar.
É uma faixa de terá ao longo do mar Mediterrâneo. Começa em Gaza, a região de baixas colinas ao sul, e vai até Tiro, ao norte. Tem cerca de 208km de comprimento. Compreende a planície dos Filisteus, a Costeira, a de Saron, a de Jezrael e a de Aser, ricas em oliveiras e grãos (Jz 15,5). São regiões muito férteis por causa das abundantes chuvas. Na região de Gaza, que faz divisa com o deserto, as chuvas e a agricultura são escassas.
A estrada mais importante, de comunicação internacional, passa por essa região entre planícies e montanhas; chama-se estrada do Mar (via Maris; cf. Is 8,23). Começa no Egito, costeia o Mediterrâneo e, na altura da planície de Jesrael ou Esdrelon, segue em direção a Tiro e Damasco, capital da Síria. Ao longo da estrada do Mar, situam-se cidades importantes e fortificadas, como: Laquis, Lebna, Jâmnia, Cesareia Marítima e outras.
Região das montanhas da Cisjordânia: entre serras e planícies, o povo constrói sua história.
A região das montanhas da Cisjordânia é formada pelo deserto do Negueb – também chamado de deserto de Sin -, pela serra de Judá, na Judeia, pela serra de Efraim na Samaria e pela serra da Galileia, na Galileia. No deserto do Negueb encontram-se duas cidades importantes para a história de Israel: Cades Barne (Dt 9,23) e Bersabeia (Gn 46,1).
A serra de Judá é formada por uma cadeia de montanhas que chega a 1.020 m de altura. Começa em Bersabeia, ao sul, e termina um pouco depois de Jerusalém. Próximo ao mar morto, encontra-se o deserto ao Judá ( Js 16,1; Mt 3,1), onde pregou João Batista e se formou a comunidade de Qumran. As cidades importantes dessa região são: Hebron, Belém e Jerusalém. Hebron foi o primeiro centro do poder de Judá (2Sm 2,1-14). Belém é considerada o lugar de origem da família de Davi (Rt 1,1; 4,22; 1Sm 16,1). Jerusalém passou a ser o centro religioso e político após a unificação das tribos, sob o reinado de Davi (2Sm 5,5).
A serra de Efraim, na Samaria, chega a uma altitude de 300 a 900m (Jz 17,1; 1Sm 1,1). Nessa região situa-se o planalto central com cidades importantes como Betel, Silo, Siquém, Tersa, Samaria, Dotain e outras. A cidade de Betel era importante por seu santuário, sobretudo no período dos patriarcas (Gn 12,8; 13,3-4; 28,19). Foi centro de reunião das tribos, no tempo dos juízes (Jz 20,18). Depois, cidade escolhida por Jeroboão I como centro religioso do reino de Israel na sua parte sul (1Rs 12,29). Silo também era lugar de reuniões no mesmo período (Jz 21,19; Js 22,9.12). Em Siquém, lugar de um santuário muito antigo (Gn 12,6), realizou-se a assembleia da confederação das tribos, segundo Js 24. Ali se estabeleceu o rei Jeroboão após a separação do Reino Unido (1Rs 12,25). Tersa e Samaria foram capitais do Reino do Norte (1Rs 14,17) no período de Jeroboão a Omri (Onri) (910-870 a.E.C). Samaria foi a segunda (1Rs 16,24).
A serra da Galileia situa-se entre a serra de Efraim na Samaria e as montanhas do Líbano, ao norte. Compreende a planície de Jesrael ou Esdrelon. É uma região fértil e a maior extensão cultivável de Israel. Foi o cenário de grandes lutas na história do povo. Nela se localizam importantes montes, como o Gelboé (1Cr 10,8) e o tabor (Jz 4,6). A altitude das colinas vai de 60 a 1.200m. Cidades importantes: Nazaré e Caná. Na região próxima ao Mediterrâneo, há um clima agradável: frio no inverno e moderado no verão.
 A fosse jordânica: as águas que ouviram a voz de Jesus
A fossa jordânica ou depressão de Jordão é formada por uma falha geológica que desce do norte em direção ao sul. Inicia na região sírio libanesa acima do nível do mar e chega ao seu ponto mais baixo no mar Morto, formando a maior depressão da Terra. Estende-se ao longo da África oriental (Etiópia, Kênia, Tanzânia). Essa Falha é fruto de um cataclismo sísmico da pré-historia. Por isso, é uma região sujeita a terremotos. A fossa Jordânica começa ao norte, nas montanhas do Líbano e antilíbano. É formada pelo rio Jordão, lago de Hule, lago de Genesaré, Mar Morto e Arabá.
O rio Jordão (Js 3,1; Mt 3,6) nasce aos pés do monte Hermon (2.840 m), com mais de 60 m de altitude, e desce formando o lago de Hule e o lago de Genesaré, este com um nível de 210 m abaixo do nível do mar. Ele possui 300 km de comprimento e 180 km em linha reta. A vazão média do Jordão é de 95m³ por segundo e esse volume é menor ainda no período da seca. O lago de Hule tinha o comprimento de 13 km por 5 km de largura e uma profundidade de 4,5 m. A superfície era de 14 km². Foi extinto por volta de 1950 e transformado em Parque Nacional.
O lago de Genesaré (Lc 5,1) recebe também o nome de mar de Tibaríades (Jo 21,1) ou ainda mar da Galileia(Jo 6,1). Esse lago foi o palco da atividade de Jesus e muitas vezes citado nos evangelhos. Tem 20km de comprimento, 12km de largura e 40m de profundidade. O clima próximo ao lago é tropical e úmido, agradável e primaveril no inverno, e muito quente no verão.
O mar Morto (Ez 47,8), conhecido no Primeiro Testamento como mar salgado (Dt 3,17), é um grande lago no qual desemboca o rio Jordão. Chama-se mar Morto porque nele não existe vida por causa da alta quantidade de sal, que chega a 27%. Tem 76km de comprimento, 15km de largura e sua superfície é de 920km². Encontra-se aproximadamente a 396m abaixo do nível do mar. Chega a uma profundidade de até 400m ao norte e 3m ao sul. Esse é o ponto mais baixo da terra. O calor nas proximidades do lago é sufocante. Sua evaporação diária era de 6 a 9 milhões de metros cúbicos. Hoje esse quadro está mudando. As águas dos rios Jordão e Arnon estão sendo cada vez mais utilizadas para a agricultura e não chegam mais a compensar o grau de evaporação; desse modo, o nível de água tende a baixar.
Nas proximidades do mar Morto há desertos como o de Judá e oásis como Engadi e Zoar.
Arabá, ao sul, compreende uma região desértica ao longo da qual se prolonga a depressão do mar Morto até o golfo de Ácaba, passando por entre as montanhas do Negueb e de Edom. Ao longo da Fossa Jordânica situam-se cidades importantes como Dã, Cafarnaum, Tiberíades, Jericó...
A região das montanhas da Transjordânia: frio, chuvas e neve
A Transjordânia é uma região montanhosa semelhante à Cisjordânia, dela separada pela fossa Jordânica. As montanhas têm de 600 a 2000m, a leste do Jordão, desde a Galileia até o sul do mar Morto. Nela se encontra também o planalto oriental nas proximidades da região de Galaad. As chuvas são abundantes nessa região e favorecem a agricultura e a criação de ovelhas e bois. O clima é quente e seco no verão e mais ameno nos lugares altos. No inverno é frio e chuvoso, com frequentes e abundantes nevadas. A Transjordânia é uma região muito fértil. Ela sempre foi causa da grande rivalidade entre os poderosos que nela dominaram e se tornou alvo de muitas advertências dos profetas (Am 4,1; Mq 7,14).
Do lado da Transjordânia nascem três rios importantes: o Jarmuc ao norte; o Jaboc, ao centro (Gn 32,23); o Arnon (Dt 2,24) e a torrente de Zaret (Nm 21,12), ao sul. Entre eles se situam importantes regiões da Transjordânia, atual Jordânia. Ao norte do rio Jarmuc, localiza-se a região de Basã (Dt 3,10); entre o rio Jarmuc e o Arnon, a região de Galaad (Dt 3,12), ao centro; entre o rio Jarmuc e o Arnon, a região de Amon (Dt 3,16); entre o rio Arnon e a torrente de Zared, a região de Moab (Dt 2,9). Nela se encontra a cidade de Mádaba, que traz no chão da igreja de São Jorge o primeiro mapa gráfico da terra de Israel. Próximo dela fica o monte Nebo, sobre o qual, segundo a tradição bíblica, Moisés morreu. Ao sul da torrente de Zared se encontra a região de Edom (Dt 2,1-14) e de Madiã (Ex 2,15).
A região de Edom é arenosa e rósea, e situa-se ao sul do mar Morto. Nessa região está a cidade arenosa de Petra, dos nabateus, esculpida na rocha.
Pela Transjordânia passa a segunda estrada mais importante da região que começa no golfo de Ácaba, sobe a região, que começa no golfo de Ácaba, sobe a região de Arabá passando por Edom, Moab, Amon e liga-se com a Síria e a Mesopotâmia. É chamada de estrada Real (via Regis; cf. Nm 21,22). Em seu trajeto, liga-se a outras estradas secundárias do Egito e de outras regiões.
Israel e Brasil: terras semelhantes e diferentes
O relevo das quatro regiões naturais da terra de Israel é muito diversificado. Na região litorânea predominam as planícies; na Cisjordânia e Transjordânia, as serras e planaltos; no vale do Jordão, uma grande depressão. Apesar dessa diversidade do relevo, encontramos semelhanças com o Brasil. Como na terra de Israel, o relevo brasileiro é formado por planícies, planaltos e serras. As planícies predominam na região próxima do rio Amazonas, no pantanal mato-grossense e em menor proporção no litoral, Os planaltos se estendem por todo o território nacional, enquanto as serras predominam no litoral e nas fronteiras ao norte do país.
No norte do estado do Amazonas, quase na fronteira com a Venezuela, na serra do Imeri, encontra-se o ponto mais alto do Brasil: o pico da Neblina, que chega a 3.014m de altitudes. As planícies marginais ao rio Amazonas apresentam uma originalidade: quase atravessando o continente de leste a oeste, são bastante niveladas, pouco acima do nível do mar. Ao entrar em nosso território, o rio tem uma altitude de 65m em relação ao nível do mar, percorrendo, em declive muito suave, seu longo curso de pouco mais de 3.000 km até atingir sua foz no oceano atlântico. A média de altitude das terras brasileiras está entre zero e 900 m, assemelhando-se mais à região central da Cisjordânia. Outra semelhança encontra-se entre a região do Nordeste brasileiro e a região sul de Israel, ambas são regiões áridas e com poucas chuvas.
Se há alguma semelhança entre Brasil e Israel nos aspectos naturais, há também grandes diferenças, como já se constatou, na extensão territorial, hidrografia e em outros elementos. Na terra de Israel a água é escassa, há poucos rios. O Jordão é o maior rio do país, mas, comparado a muitos rios do Brasil, é um riacho. Os rios brasileiros são inúmeros e parte deles é utilizada para navegação, hidrelétricas, reservatórios de água e outras finalidades. O rio Amazonas está entre os maiores do mundo e tem 5.825km de comprimento, com uma largura média de 4 a 5 km, podendo chegar a 50km de margem a margem, durante as cheias.
Clima da terra de Israel e do Brasil
As montanhas, chuvas e ventos interferem muito no clima de Israel. Predomina o clima subtropical do Mediterrâneo. Duas estações são fortes e determinantes: o inverno e o verão. O inverno prolonga-se de novembro a março e caracteriza-se por abundantes chuvas e pelo frio. Sobre as montanhas chega a cair neve, seguindo-se dias com neblina. O vento sul e oeste é responsável pelas chuvas que caem nesse período. O verão começa em maio e termina em setembro. A temperatura é quente e seca. A intensidade do calor do verão é amenizada pelos ventos frescos e secos que chegam da região Norte e Leste.
A primavera e o outono não são determinantes e têm curta duração. A primavera fica reduzida, aproximadamente, a abril, e o outono, a outubro. Na primavera e no outono os ventos que vêm da região Leste e Sul são quentes, secos e carregados de areia, por isso são prejudiciais ao ser humano, aos animais e à agricultura.
Israel é um pequeno país; seu clima é diversificado e tem semelhanças e diferenças com o clima do Brasil. Nos dois Países há duas estações que predominam: o inverno e o verão. Na terra de Israel, o inverno é frio e chuvoso; no Brasil, é chuvoso e quente nas regiões Norte e Nordeste, frio e seco na região Central e frio e chuvoso no Sul. O verão em Israel é quente e seco; no Brasil, em algumas regiões também é quente e seco; em outras, chuvoso e quente.
O orvalho e o povo: uma benção de Deus para a terra
No Brasil conhecemos o orvalho, mas não na intensidade daquele que cai em Israel. O fenômeno do orvalho é comum e profuso. Tem uma função importante nessa região, onde a chuva é escassa. Durante a noite, o orvalho cai abundantemente (Jz 6,37-40) a ponto de umedecer a terra, favorecendo uma vegetação rasteira nas estepes e no deserto. É mais intenso na região costeira, proporcionando uma temperatura agradável no verão e amenizando o problema da água, sobre tudo no tempo das secas.
Mesmo assim o orvalho não era tão abundante a ponto de ser retido em cisternas e poços. Estes eram cavados em terreno rochoso para reter as águas das chuvas, ou na terra, até atingirem um veio d’água, e utilizados especialmente pelos pastores nômades, para si mesmos e para os rebanhos. Na Bíblia encontramos diversos textos que falam da disputa entre pastores e pastoras pelos poços d’água (Gn 21,25; 26, 18-22). Eles se tornaram no passado lugares de encontro, principalmente entre os jovens pastores e as moças que iam tirar água. Isaac (por intermédio do servo Eliezer), Jacó e Moisés (Gn 24,11.14-15;29,1-18; Ex 2,15-21) encontraram junto a esses poços suas esposas. No Segundo Testamento é muito conhecido o encontro de Jesus com a Samaritana junto ao poço de Jacó (Jo 4,6-7). Hoje os poços são mais utilizados no interior, sobretudo nas regiões onde a água para vegetação é escassa, como no sertão do Nordeste Brasileiro.
Minerais da terra de israel e do Brasil
Na terra de Israel não existiam minas de ouro e prata; esses metais chegavam por meio dos povos vizinhos, coo o Egito (Ex 32,4), a Fenícia e Ofir, de onde o rei Salomão, segundo a tradição bíblica, importou ouro e “fez com que a prata fosse tão comum em Jerusalém quanto as pedras” (1Rs 10,21-27). O cobre, metal mais abundante no antigo Israel, era extraído das minas mediante aquecimento. A área de mineração de cobre se encontra na região desértica entre o mar Morto e o golfo de Ácaba. Em timna, cerca de 20km ao norte de Elat, foram encontradas galerias subterrâneas ainda anteriores ao rei Salomão.
O uso do ferro se difundiu lentamente em Israel. No tempo de Davi e Salomão, os israelitas começaram a produzir utensílios de Ferro. Outros recursos minerais da região eram as pedras de alvenaria, argila, betume e areia, além dos elementos químicos encontrados na região do mar Morto, como o potássio e o magnésio.
O solo brasileiro é pródigo de riquezas minerais segundo as diferentes regiões: no Norte, há petróleo, ouro, cassiterita, bauxita, manganês e ferro. No Nordeste, há sal e petróleo, No Sudeste, há ferro, manganês, cassiterita, petróleo, minerais atômicos, sal e bauxita. No Sul, há carvão mineral e cobra. No Centro-Oeste, há cassiterita, níquel, ferro e manganês.
A fauna da terra de Israel e do Brasil
Em Israel são conhecidas muitas espécies de animais. A Bíblia traz nomes de animais selvagens, de carga, de criação, aves de rapina e migratórias. Entre os animais selvagens destacam-se: urso (1Sm 17,34-36), raposa (jz 15,4), chacal (Jr 9,10), leopardo ( Is 11,6), Leão (Ap 5,5), lobo (Mt 7,15), cervo e gazela (Ct 2,8-9). Entre os animais de carga, são mais conhecidos na Bíblia o jumento (Zc 9.9; Nm 22,21), o mulo (Ez 27,14), o camelo (Jó 1,3) e o cavalo (Est 6,8-11). Os animais de criação conhecido nos textos bíblicos são: ovelhas, cabras (Jo 10.1-12; Mt 25,32) e gado bovino (Lv 1,2-5). A Bíblia menciona cerca de 50 espécies de aves, muitas das quais de difícil identificação. Entre as aves de rapina, são conhecidas a águia (Is 40,31), a coruja (Is 24,11) e o corvo (1Rs 17,4). E entre as aves que serviam de alimentos. Citam-se a pomba-rola (Mt 3,16; 21,12), a perdiz (1Sm 26,20), a codorniz (Ex 16,13) e o pardal (Lc 12,6-7).
Há uma fauna variada tanto em Israel como no território brasileiro. Este é dividido em sete ecossistemas: mata amazônica, mata atlântica, pinheirais, manguezais e restingas, cerrado, caatinga e pantanal. Cada um desses ecossistemas contém uma fauna abundante e características em mamíferos, aves, répteis, anfíbios, peixes, equinodermos, artrópode, moluscos e outros.
 A flora da terra de Israel e do Brasil
A Bíblia menciona muitas espécies de plantas, algumas bem conhecidas, outras de difícil identificação. Entre os cereais mais conhecidos aparecem favas, lentilhas, cevada, trigo (2Sm 17,28; Ex 9,31-32) e painço. O linho servia para fabricar roupas e envolver cadáveres (Ex 26.1; Jo 20,6). O papiro servia para a escrita e a fabricação de cestos, sandálias e embarcações (Is 18,2; Ex 2,3).
Havia plantas usadas para temperos: canela (Ct 4,14), cominho (Mt 23,23), hissopo (Jo 19,29) e mostarda (Mt 13,31-32). Plantas medicinais e perfumes: incenso (Mt 2,11), mirra (Mc 15,23), nardo (Jo 12,3), absinto e fel. Entre as plantas silvestres: lírio do campo (Mt 6,28), ervas daninhas e joio (Mt 13,24-30).
As árvores e arbustos frutíferos importantes, nomeados pelo povo de Israel, são: amendoeira (Jr 1,11), figueira (Jo 1,48; Ct 2,13), sicômorro (Am 7,14; Lc 19,4), mamoneira (Jn 4,6), oliveira (Jz 9,8), palmeira (tamareira) (Jo 12,13), romãzeira (1Rs 7,20; Ct 6,11) e videira (Nm 13,20; Jo 15,1). As árvores e arbustos não frutíferos: acácia (Ex 25,10), cedro (1Rs 7,12), Mirto (Is 41,19), cipreste (1Rs 5,22), carvalho (Is 2,13), terebinto (Os 4,13), salgueiro (Is 15,7) e álamo (Gn 30,37). A maior parte das plantas é conhecida no Brasil. Grande parte delas pode ser encontrada na floresta amazônica, na mata atlântica, na mata de araucária, no pantanal, nos pampas, no cerrado e na caatinga.     São as grandes regiões onde se encontra uma vegetação características em nosso país.
Na floresta amazônica as árvores são de grande porte e predominam o castanheiro-do-pará, a copaíba, a seringueira, o guaraná e a baunilha. Na mata atlântica há predomínio do ipê, da peroba do jacarandá e do pau-brasil. A mata araucária possui o pinheiro-do-paraná e o pinho.
O pantanal apresenta uma vegetação variada e de pequeno porte. Os pampas e cerrados têm uma vegetação rasteira propícia para a criação do gado. A caatinga caracteriza-se pelos cactos e arbustos de pequeno porte.
Conclusão
Israel e Brasil, terras santas onde pisou o povo de Deus de ontem e de hoje. Neste estudo sobre as terras bíblicas, tivemos uma visão geral da terra de Israel e a possibilidade de relacioná-la com o Brasil, nas semelhanças e diferenças. Situamos as duas terras geograficamente, com a respectiva extensão territorial, condições naturais de relevo, clima, hidrografia, flora e fauna.
O estudo integrado entre os dois países possibilitou uma leitura situada da terra de Israel, comparada com a realidade brasileira, que conhecemos. Conscientes de que a realidade geográfica determina e influencia as condições de vida de um povo, concluímos que, se podemos chamar Terra Santa a terra de Israel, podemos igualmente chamar Terra Santa toda a terra onde pisa o povo de Deus de ontem e de hoje.

O que faz com que a terra seja santa é o presente que Deus dela fez a seus filhos e filhas que ontem e hoje nela vivem e fazem história. O ser humano é obra-prima de Deus Criador que “fez o céu e a terra” e os destinou como morada presente e futura para todos e todas. Deste modo a terra de Israel, a nossa terra, como as terras ocupadas pelos demais povos são igualmente sagradas. Neste estudo, conhecemos a terra de Israel. Agora vamos conhecer o povo que nela se formou durante o período das tradições orais (Próximo texto). 

MOMENTO COM A PALAVRA DE DEUS 03.12.14


4ª FEIRA da 1ª SEMANA Advento

 Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Mateus 15,29-37
Naquele tempo:
29Jesus foi para as margens do mar da Galiléia,
subiu a montanha, e sentou-se.
30Numerosas multidões aproximaram-se dele,
levando consigo coxos, aleijados, cegos, mudos,
e muitos outros doentes.
Então os colocaram aos pés de Jesus. E ele os curou.
31O povo ficou admirado, quando viu os mudos falando,
os aleijados sendo curados,
os coxos andando e os cegos enxergando.
E glorificaram o Deus de Israel.
32Jesus chamou seus discípulos e disse:
'Tenho compaixão da multidão,
porque já faz três dias que está comigo,
e nada tem para comer.
Não quero mandá-los embora com fome,
para que não desmaiem pelo caminho.'
33Os discípulos disseram:
'Onde vamos buscar, neste deserto,
tantos pães para saciar tão grande multidão?'
34Jesus perguntou: 'Quantos pães tendes?'
Eles responderam: 'Sete, e alguns peixinhos'.
35E Jesus mandou que a multidão se sentasse pelo chão.
36Depois pegou os sete pães e os peixes,
deu graças, partiu-os, e os dava aos discípulos,
e os discípulos, às multidões.
37Todos comeram, e ficaram satisfeitos.
e encheram sete cestos com os pedaços que sobraram.
Palavra da Salvação.

Todas as promessas que foram feitas no Antigo Testamento a respeito de Jesus começam a ser realizadas. Jesus cura todas as deficiências, de modo que as pessoas, além de não serem mais escravas do mal que possuíam, também podem ser novamente inseridas na vida social, deixando de ser excluídas e dependentes do auxílio dos demais. Jesus também multiplica os pães mostrando que Deus quer a saciedade de todos e que não quer entre os homens a fome e a miséria, pois o Reino de Deus é o reino da abundância de bens e de dons.

terça-feira, 2 de dezembro de 2014

MOMENTO FORMATIVO COM A PALAVRA DE DEUS V




Israel: uma terra pequena que recebe de Deus um grande nome

Vamos conhecer neste tema os diferentes nomes que a terra de Israel recebeu, seus limites.
            No decorrer da história, tanto no Brasil quanto em Israel receberam nomes diferentes. Brasil não foi o primeiro nome do nosso país. Seu primeiro nome foi Ilha de Vera Cruz; o segundo Terra de Santa Cruz e, finalmente Brasil. Três nomes diferentes dados sucessivamente, no espaço de poucos anos. Por sua vez, a terra de Israel recebeu mais de três nomes no decorrer de sua longa história: Retenu, Canaã, Terra de Israel, Palestina, Reino de Israel, Reino de Judá, Palestina, Terra Prometida, Terra Santa e, a parir de 1947, Estado de Israel. Nomes diversos dados ao mesmo lugar. Cada um deles indica períodos históricos e tamanhos territoriais diferentes. Quando estudamos as grandes etapas da história do povo de Israel, vamos usar o nome que melhor corresponda a cada período.
            Retenu foi o primeiro nome dado à terra de Israel, ainda no segundo milênio a.E.C; na época, correspondia ao território de Israel e da Síria.
            Por volta de 1500 a.E.C. a região era conhecida pelo nome de Canaã e abrangia também a Fenícia. A Bíblia também se refere a Canaã em êxodo  e em Juízes (Ex 15,15; Jz 5,19) e seus habitantes, os canaanitas ou cananeus, em Gênesis (Gn 12,6;13,7).
            O nome Palestina é conhecido por volta do ano 1250 a.E.C. É atribuído aos filisteus, habitantes que ocupavam a parte sul da costa mediterrânea. Seu território se estendia desde Gaza até a cidade de Bíblos, na Fenícia. Oficialmente o nome Palestina foi dado a todo o território, pelos romanos, a partir de 132-135 E.C., incluindo a tradicional Judeia.
Os nomes Reino de Israel e Reino de Judá correspondem a um pequeno período da história do povo da Bíblia, de 931 a 587 a.E.C., quando o reino de Salomão se dividiu em dois. O Reino de Israel situava-se na região Norte. E o reino de Judá, na região Sul. Outro nome dado a essa região é País ou Terra de Israel, segundo os dados bíblicos em 1Sm 13,19. Esse nome aparece não só na Bíblia, mas também nos escritos rabínicos do primeiro século da era cristã.

Na bíblia, encontram-se outras expressões referentes à terra de Israel; elas carregam predominantemente um sentido teológico: Terra Prometida; Terra Santa; Herança de Deus (Cf. Gn 12,7; 13,14-17, Ex 23,30), antepassados do povo de Israel, Abraão Isaac e Jacó. Os livros de Josué e dos Juízes apresentam a ocupação da terra de Israel pelas doze tribos, uma prova de que Deus deu esta terra a seu povo, de que realizou sua promessa (Hb 11,9). Era Terra Santa, porque era lugar sagrado onde Deus se manifestava (Gn 21, 16-17; Ex 3,5-6; Js 5,15). Israel é o santuário do Senhor, porque é a terra de Deus (Is 14,2; Os 9,3). Se um Israelita era expulso da de sua terra não podia honrar seu Deus (1Sm 26,19), como também o estrangeiro que quisesse honrar a Deus devia carregar um pouco da terra de Israel (2Rs 5,17). A terra de Israel é herança de Deus porque é propriedade de Deus dada por ele a seu povo (Js 22,19). Este devia se considerar estrangeiro, peregrino, hospede na terra de Deus. Poderia usufruir dela, mas não era seu dono absoluto (Lv 25,23). A partir de 1947 esta terra é conhecida pelo nome de Estado de Israel.