quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

APONTAMENTOS DE AULA - METODOLOGIA E HERMENÊUTICA BÍBLICA - FRANCISCO OROFINO


PÓS-GRADUAÇÃO EM ANIMAÇÃO BÍBLICA DA PASTORAL – CIDADE DE GOIÁS – DIOCESE DE GOIÁS
Metodologia e hermenêutica bíblica – Francisco Orofino – 20.01.15
apontamentos de aula 

Existem muitas formas de interpretação da Palavra de Deus da mesma forma que há uma numerosidade escolas bíblicas. Para nossa reflexão vale a pena citar uma pedagogia bíblica bem conhecida, a saber, o CEBI que visa uma educação popular bíblica. 
de imediato uma pergunta salta aos nossos olhos: O que significa ser católico? As interpretações que você faz, são objetivas ou subjetivas?             
Eu sou o primeiro referencial do ponto de vista de referencial interpretativo (existem escolas bíblicas que tentam eliminar o subjetivo dentro da reflexão).
Impedir como o seu eu patológico se feche no seu ego. Falar o que eu quero afirmando ser palavra de Deus – isso é o máximo de patologia.
O que está determinando a sua interpretação?  As coisas são como ela são ou como eu quero que elas sejam. Leituras fundamentalistas são muletas, haja vista nesse processo o que está prevalecendo é o seu EU PATOLÓGICO.
O social – somos frutos de uma cultura. Aqui você pode pedir ajuda da economia, pegar noções de antropologia, especialmente uma antropologia cultural Para alguns setores europeus o Brasil faz apenas uma leitura sociológica. A interpretação bíblica não depende de sua cabeça, mas dos seus pés onde você pisa. A teologia que sustenta nossa interpretação deve ser a interpretação da encarnação.  
O grande objetivo desse curso é trabalhar a hermenêutica numa perspectiva eclesial. Trabalhar o processo hermenêutico que se instalou na Igreja Católica, pós Vaticano II, e anterior a esse período. O que vemos hoje é tensão de postura hermenêutica entre as tradições postas em Trento e as tradições renovadas no Vaticano II. Exemplo: A missa – muitas posturas de tensão relacionadas à missa. A missa como sacrifício é de Trento, e o principal agente é o padre. A missa vista do ponto de vista do Vaticano II é refeição. O principal agente agora é a assembléia. Hoje existe uma tensão entre Trento e Vaticano II. 
O Vaticano II vai pedir que a Igreja local comece a construir seu próprio rosto. Isso acaba com a face europeia que domina todo o mundo. Essa empreitada se torna mais viável na América Latina.
O grande eixo do Vaticano II é a descolonização. Aqui entra a linha de interpretação da Bíblia. De fato, Pra valer a descolonização entrou na pauta da Igreja (uma Igreja com o rosto local). 
O segundo eixo é descentralização – existe outra grande tensão entre centralização e descentralização (O grande jogo de tentativa de centralização foi o esvaziamento do sínodo dos bispos). A nossa leitura bíblica deve reforçar o processo de descentralização. 
O terceiro eixo do Vaticano II fala da desclericalização – Para o papa Francisco a desclericalização se fará por três caminhos: comunidades eclesiais de base; círculos bíblicos e ministérios leigos. O primeiro passo para a concretização desse processo foi a quebra do monopólio teológico. Tudo isso só foi possível com a quebra do monopólio da Bíblia (a Bíblia na mão do laicato). Esse processo em si é anterior ao Vaticano II, uma preparação que vem desde os anos 50, especialmente na América Latina. 
O que significa teologicamente colocar a Bíblia na mão do leigo? Significa colocar a fonte primeira da teologia na mão do laicato. Não basta só colocar a Bíblia na mão do laicato se você não oferece método. Daí a segunda parte da desclericalização deve ser método de leitura. De modo que os dois grande pedidos do Vaticano II foi: 
·         Quebra do monopólio teológico;
      Criar métodos de leitura;                                                
 







Um comentário:

  1. Muito bom!
    - É importante fazer crescer essa consciência nos sacerdotes, religiosos e fiéis leigos, encorajando e vigiando para que cada um possa sentir-se motivado a agir segundo a Palavra de Deus.

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