sábado, 11 de outubro de 2014

REFLEXÃO PARA SOLENIDADE DE NOSSA SENHORA APARECIDA

Nossa Senhora da Conceição Aparecida . Solenidade

1ª Leitura - Est 5,1b-2; 7,2b-3

Salmo - Sl 44(45),11-12a.12b-13.14-15a.15b-16 (R. 11.12a)

2ª Leitura - Ap 12,1.5.13a.15-16a

Evangelho - Jo 2,1-11

 

A liturgia de hoje enfatiza a luta travada entre o bem e o mal. Do lado do bem está a mulher, que tanto na época de Ester quanto na de Maria tinha pouco espaço de ação na sociedade. Parece uma luta perdida, as forças das trevas e da morte estão em proporções gigantescas. Mas a mulher sai vencedora porque luta pela vida, e o Deus da vida está com ela.

O v. 1 do capítulo 5 do livro de Ester começa com a expressão “no terceiro dia” (o texto da liturgia suprimiu essa referência). Trata-se do terceiro dia do jejum, mas a expressão significa muito mais do que isso. Os sábios judeus, ao interpretar Oseias 6,2, afirmam que a expressão “terceiro dia” ou “três dias”, significa o tempo da salvação. Até dois dias o Senhor poderá deixar o justo sofrer, mas no terceiro dia o salvará.

Ester corria o risco de ser executada, mesmo sendo rainha, pois a lei daquele país (a Pérsia) proíba a qualquer um apresentar-se perante o rei sem que ele tivesse sido chamado. Mas Ester arriscou a própria vida para interceder pela vida de seu povo. Sua vida foi preservada porque o rei estendeu o cetro para que Ester o tocasse e, segundo a lei, fosse poupada da morte.

Percebendo ter ganhado o favor do rei, Ester fez o pedido: “Concede-me a vida, pela qual suplico, e a vida do meu povo, pelo qual te peço” (7,3). O rei havia oferecido a Ester até metade de seu reino, mas ela pediu um bem mais precioso, a vida para si mesma e para seu povo.

No texto do Apocalipse, aparece a mulher que luta contra o dragão, representante das forças das trevas e da morte. É uma mulher coroada, mas sua realeza provém exclusivamente da realeza do Filho, que “governa todas as nações com cetro de ferro” (v. 5a).

O Filho é levado para junto de Deus e do seu trono, alusão a Ascenção de Cristo ao céu. Isso significa que o Filho é vencedor contra as forças representadas pelo dragão. E para usufruir dessa vitória, é necessário que cada cristão sustente a luta. No combate contra as forças do mal, o ser humano é sustentado pela fé e pela graça. Sustentado também a materna proteção de Maria, que não cessa de interceder a seu Filho para que a humanidade alcance a vida em plenitude.

O texto do evangelho de hoje começa com a expressão “no terceiro dia”, cujo significado nos remete ao dia da intervenção divina a favor do justo. Nesse caso, o acontecimento divino é o “inicio dos sinais” - ou seja, a manifestação da salvação de Deus já começou. E Maria é aquela que intercede a Cristo. Ela pede o vinho da nova aliança, que significa ter vida em plenitude. E, para experimentar o vinho novo, é preciso fazer tudo o que Cristo disser. Maria é aquela que nos aponta o Filho. Seu desejo maternal para conosco é que sejamos seguidores de Jesus.

A certeza com que Maria se dirige a Jesus, apesar de não ser ainda a hora, reflete seu verdadeiro discipulado, porque ela acreditou muito antes de ver o sinal. Por isso, Maria é verdadeira intercessora da Igreja. Ela acredita e confia na ação de Deus em favor de seu povo.



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