Benefícios do perdão
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Perdoar é uma das atitudes mais difíceis na vida
de milhares de pessoas. O fato de alguém pedir perdão a outrem equivale a
dizer que reconhece seu erro e sua culpa, por isso, vai ao encontro de quem
foi, efetivamente, atingido por sentimentos, palavras e atos que feriram a
sua dignidade. O fato de alguém perdoar significa dizer que reconhece
sinceridade no arrependimento daquele que vai ao seu encontro, com a disposição
de mudar de atitude.
A Revista Veja trouxe como “matéria de capa” o
perdão, mais precisamente, “O poder do perdão”. Não deixa de ser, deveras,
significativo o fato de estarem a ciência e a mídia tratando de um assunto
que, por certo, na mente da maioria das pessoas tinha lugar apenas no mundo
das religiões e na prática de seus seguidores. O enfoque desse assunto na
relação interpessoal e institucional, numa visão psicológica, filosófica,
sociológica e política, com sua referência à face do perdão, biblicamente
revelada, representa uma contribuição muito especial para a compreensão da
necessidade de superação das linhas cruzadas e da eliminação das rupturas que
se estabeleceram nas relações humanas, por numerosos motivos. Na matéria,
encontram-se depoimentos de pessoas, empresários e governantes que tiveram a
capacidade de perdoar ou se mantiveram fechados em relação ao perdão. Segundo
um professor da Universidade de Boston, o pedido de perdão contém “três
passos básicos par obter perdão. Primeiro, deve-se assumir a responsabilidade
pelo erro. Segundo, é preciso repudiar claramente esse erro, mostrando que
não se pretende repeti-lo. Terceiro, deve-se exprimir o arrependimento pela
dor causada ao próximo.” O que é hoje descoberta da pesquisa e conquista da
ciência, o Catecismo da Igreja já o proclama, há milênios, ao apresentar as
exigências para que o fiel, ao recorrer ao Sacramento da Penitência, obtenha
o perdão dos pecados cometidos contra Deus e contra o próximo. Com efeito,
para que esse Sacramento produza seus efeitos, exigem-se atitudes que levem o
penitente à mudança de vida e à reconciliação: Contrição (reconhecimento dos
pecados); Confissão (revelação, perante o confessor, desses pecados, “por
pensamentos, palavras e obras”); Absolvição (recepção do perdão dos pecados
confessados); Satisfação (reparação dos pecados cometidos, não os repetindo,
deliberadamente). Como penitência, o confessor impõe uma pena ao penitente,
correspondente, “na medida do possível, à gravidade e à natureza dos pecados cometidos.”
No plano psico-religioso, o perdão é um ato muito benéfico, sob vários
aspectos, como confirma a voz da experiência de cada um. Um desses aspectos é
a paz da consciência. O relacionamento entre pessoas, grupos e nações fica
ameaçado quando determinados sentimentos, palavras e atitudes ferem o seu
direito. Quando isso acontece, criam-se estremecimentos no relacionamento
humano que, em muitos casos, rompem fortes vínculos de consanguinidade e
sólidos laços de amizade. O perdão é sempre muito benéfico para as pessoas
que conseguem refazer sua história, não apenas porque minimizam a razão do
distanciamento que se criou na convivência familiar e no relacionamento
social, mas, antes, porque dão um passo de qualidade, ao cancelá-la de seu
coração e de sua mente. A psicologia e a espiritualidade identificam os benefícios
do perdão na vida das pessoas. A melhor linguagem dessa experiência é
testemunhada por aquelas pessoas que conseguiram perdoar-se, mutuamente.
Para muitos, o perdão é benéfico, por ser uma conquista humana; para os cristãos, além dessa dimensão, está muito clara a exigência que Jesus colocou na oração do Pai Nosso: “Perdoai as nossas ofensas, assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido.” |
quarta-feira, 2 de dezembro de 2015
BENEFÍCIOS DO PERDÃO
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