sexta-feira, 19 de setembro de 2014

A MEDITAÇÃO NOS TESTEMUNHOS DA HISTÓRIA [TEXTO 03]




Estamos fazendo um percurso através desses maravilhosos textos do Pe. Domingos Cunha, CSh, no grande intuito de percebermos a importância da meditação cristã na vida do discípulo de hoje. Realmente encontramos ao longo do dia a dia muita gente que se aproxima do padre a afirma: “Padre eu sou uma pessoa inquieta, eu não consigo me concentrar, a minha mente voa”. Talvez esse seja um primeiro contributo que a meditação cristã pode nos proporcional. Como mais adiante aparecerá nesse texto: “uma oração silenciosa, um tipo de oração contínua, que consistia em repetir uma expressão bíblica... caminho aconselhado para ajudar centrar a pessoa em Deus, afastando-a das distrações da mente e do coração e do corpo”.
Nesse sentido gostaria de chamar atenção para algumas indicações, que mais adiante serão chaves para a prática concreta da meditação, que começam a aparecer nos textos: “uma oração silenciosa, um tipo de oração contínua, que consistia em repetir uma expressão bíblica”. É claro que mais adiante esses passos serão todos elucidados e apresentados de uma forma pedagógica que facilite ao exercício da meditação. Só lembrando que o grande objetivo desse projeto é a prática da meditação. E agora me lembro de uma expressão que utilizava o Pe. Domingos na sala de aula: “Quem pode meditar? Só pode meditar aqueles que conseguem respirar”... Forte abraço a todos e lembre-se isso não é coisa só para os monges de religião oriental, está ao nosso alcance, está ao alcance de todos.

A MEDITAÇÃO NOS TESTEMUNHOS DA HISTÓRIA
John Main foi um inglês do século passado. Andou pelo Oriente, nas suas atividades profissionais. Na Malásia, fez amizades com um monge budista e com este aprendeu a arte de meditar, exercitando-a com um “conteúdo cristão”. Quando depois entrou no mosteiro beneditino de Londres, foi proibido de fazer este tipo de oração... “porque não fazia parte da tradição cristã”, alegaram seus formadores. Obedeceu... mas passou os anos de obediência numa secura espiritual, pois o tipo de oração que lhe sugeriram não o ajudava a experimentar a comunhão com Deus que o caminho da meditação lhe havia proporcionado. Obedeceu mas não se conformou... e mais tarde resolveu pesquisar para tirar a dúvida e saber se essa tal meditação fazia parte ou não da tradição cristã. E encontrou respostas!
Foi lá no deserto de Tebaida, no Egito do século IV em diante... e encontrou um punhado de gente que mergulhou em Deus e experimentou um caminho de oração profunda. Encontrou nas conferencias de João Cassiano, um nome grande entre os Pais do Deserto, a resposta que procurava: uma oração silenciosa, um tipo de oração contínua, que consistia em repetir uma expressão bíblica... caminho aconselhado para ajudar centrar a pessoa em Deus, afastando-a das distrações da mente e do coração e do corpo.
E ai, caminhando pela senda fértil que do Deserto desses mestres nos vem ao longo da história, encontrarmos testemunhos ricos desse caminho de oração. Lá entre os Pais do Deserto, outros nomes assim rezavam e ensinavam a entrar em comunhão profunda consigo mesmo e com Deus.
E assim, apoiado e confirmado pela autêntica tradição da Igreja, John Main voltou à sua prática antiga e com ele um bom número de monges e grupos de leigos se juntaram para meditar regularmente.

Um dia ele acabaria dizendo: “não pretendo afirmar que a meditação seja a única forma de atingir o cerne, o centro, o encontro profundo consigo mesmo e com Deus...mas afirmo que ela é a única maneira que encontrei”. 

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