Estamos fazendo um percurso através desses
maravilhosos textos do Pe. Domingos Cunha, CSh, no grande intuito de
percebermos a importância da meditação cristã na vida do discípulo de hoje. Realmente
encontramos ao longo do dia a dia muita gente que se aproxima do padre a
afirma: “Padre eu sou uma pessoa inquieta, eu não consigo me concentrar, a minha
mente voa”. Talvez esse seja um primeiro contributo que a meditação cristã pode
nos proporcional. Como mais adiante aparecerá nesse texto: “uma oração
silenciosa, um tipo de oração contínua, que consistia em repetir uma expressão bíblica...
caminho aconselhado para ajudar centrar
a pessoa em Deus, afastando-a das distrações da mente e do coração e do corpo”.
Nesse sentido gostaria de chamar atenção para algumas
indicações, que mais adiante serão chaves para a prática concreta da meditação,
que começam a aparecer nos textos: “uma
oração silenciosa, um tipo de oração contínua, que consistia em repetir uma expressão
bíblica”. É claro que mais adiante esses passos serão todos elucidados
e apresentados de uma forma pedagógica que facilite ao exercício da meditação. Só
lembrando que o grande objetivo desse projeto é a prática da meditação. E agora
me lembro de uma expressão que utilizava o Pe. Domingos na sala de aula: “Quem
pode meditar? Só pode meditar aqueles que conseguem respirar”... Forte abraço a
todos e lembre-se isso não é coisa só para os monges de religião oriental, está
ao nosso alcance, está ao alcance de todos.
A MEDITAÇÃO NOS
TESTEMUNHOS DA HISTÓRIA
John Main foi um inglês do século passado. Andou
pelo Oriente, nas suas atividades profissionais. Na Malásia, fez amizades com
um monge budista e com este aprendeu a arte de meditar, exercitando-a com um “conteúdo
cristão”. Quando depois entrou no mosteiro beneditino de Londres, foi proibido
de fazer este tipo de oração... “porque não fazia parte da tradição cristã”,
alegaram seus formadores. Obedeceu... mas passou os anos de obediência numa
secura espiritual, pois o tipo de oração que lhe sugeriram não o ajudava a
experimentar a comunhão com Deus que o caminho da meditação lhe havia
proporcionado. Obedeceu mas não se conformou... e mais tarde resolveu pesquisar
para tirar a dúvida e saber se essa tal meditação fazia parte ou não da
tradição cristã. E encontrou respostas!
Foi lá no deserto de Tebaida, no Egito do século IV
em diante... e encontrou um punhado de gente que mergulhou em Deus e
experimentou um caminho de oração profunda. Encontrou nas conferencias de João
Cassiano, um nome grande entre os Pais do Deserto, a resposta que procurava:
uma oração silenciosa, um tipo de oração contínua, que consistia em repetir uma
expressão bíblica... caminho aconselhado para ajudar centrar a pessoa em Deus,
afastando-a das distrações da mente e do coração e do corpo.
E ai, caminhando pela senda fértil que do Deserto
desses mestres nos vem ao longo da história, encontrarmos testemunhos ricos
desse caminho de oração. Lá entre os Pais do Deserto, outros nomes assim
rezavam e ensinavam a entrar em comunhão profunda consigo mesmo e com Deus.
E assim, apoiado e confirmado pela autêntica
tradição da Igreja, John Main voltou à sua prática antiga e com ele um bom
número de monges e grupos de leigos se juntaram para meditar regularmente.
Um dia ele acabaria dizendo: “não pretendo afirmar
que a meditação seja a única forma de atingir o cerne, o centro, o encontro profundo
consigo mesmo e com Deus...mas afirmo que ela é a única maneira que encontrei”.
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