PARÓQUIA NOSSA SENHORA DAS DORES
DIOCESE DE TIANGUÁ
Maria,
uma mulher da plenitude do tempo.
Estamos iniciando a festa de Nossa Senhora das Dores,
nesse sentido, se torna de suma importância uma reflexão que nos ajude a
compreender melhor a nossa fé em Jesus Cristo. Olhar para o divino salvador e
encontrarmos as pessoas que estão em relação direta com o projeto de salvação
designado por Deus. Nesse olhar para Jesus nos defrontamos com a pessoa de
Maria de Nazaré.
Em nosso primeiro momento nos defrontamos com Maria na
ocasião da paixão de Cristo (Nossa Senhora das Dores), a relação de Maria com
Jesus na hora de sua paixão. Observamos o jogo de olhares, o seguimento
prudente, mas efetivo, de Jesus até a cruz, sua profunda dor, sua angústia, que
se torna às vezes derrota e incompreensão total, sua valentia, sua presença
junto à cruz, até ficar ela própria ensanguentada com o sangue de seu Filho e
ter consciência de ser ela a primeira redimida. A cena de Maria com seu filho
ensanguentado no seu colo é uma cena silenciosa e questionadora, quando acolhe
seu filho descido à mansão dos mortos.
Dentro desse plano divino da salvação, qual é o papel de Maria ao lado de Jesus
Cristo? Como as comunidades descobriram a importância e o valor da presença
dela? Há todo um processo de crescimento na interpretação, que vai desde Marcos
(o primeiro evangelho) até João (o último), e que para nós se torna testemunho
e convite para entrarmos neste caminho de fé e vida.
Mas antes dos evangelhos nos encontramos com Paulo, o
apóstolo dos gentios que, nos apresenta um texto que bem poderia ser a
afirmação primeira da referência da Mãe de Jesus no plano da salvação.
É um novo tempo, o tempo da Nova Lei realizada em Jesus
Cristo. Por isso o Apóstolo Paulo exorta seus destinatários a viverem na hora
da nova criação, a produzirem o fruto próprio do Espírito e não voltarem atrás,
a um passado de normas, de lei antiga e de escravidão, visto que “todos fomos
chamados à liberdade”, porque “Cristo nos libertou para sermos livres (5,13.1).
Apoiando-se no costume da época, Paulo fala da lei como
de um pedagogo que cuidou e manteve o povo em uma situação de submissão e
obediência, enquanto chegava à maturidade (3,23-25). Mas, uma vez tendo chegado
o Cristo e com ele a fé, já não estamos sob a Lei, mas sob a Graça, deixamos e
menoridade e entramos na etapa da maturidade (4,1-3). Assim ele escreve em sua
carta (4,3-7):
Desse modo também nós, quando eram menores, estávamos
reduzidos à condição de escravos, debaixo dos elementos do mundo. Quando,
porém, chegou à plenitude do tempo, enviou Deus o seu Filho, nascido de uma mulher, nascido sob a
lei, para remir os que estavam sob a lei, a fim de que recebêssemos a adoção
filial.
Pois bem, a plenitude do tempo é como o centro da
história: tudo conflui para lá, tudo parte de lá. É o inicio de uma nova
criação. É situar ai Maria, a mulher, é dar-lhe a missão fundamental: junto com
Jesus, Maria inicia uma época nova na história da humanidade. É o tempo da
presença de Deus na carne humana, e ela forma de sua própria carne e sangue a
carne e o sangue do ungido de Deus.
De acordo com tudo isso, o ensinamento mariano que
podemos deduzir deste texto é o seguinte:
·
Maria pertence à
plenitude dos tempos e inicia esta plenitude. O evangelista Lucas o ampliará
muito mais em seu evangelho.
·
Ela é a mulher que
permite a Deus tornar seu Filho presente para realizar o plano da salvação.
·
É também a mulher que
permite ao Filho de Deus chegar a filho do homem, ao Senhor ser escravo e
servidor de todos.
·
É a mulher que oferece
seu corpo e sua vida para realizar o plano da salvação.
·
Sua missão está
intimamente unida à de seu Filho e é uma missão para nós: a serviço dos homens.
·
Em Maria, o Filho de
Deus tornou-se filho do homem para que nós, em toda liberdade, chegássemos a
ser filhos de Deus.
Maria, mulher da plenitude dos tempos, aquela importante
figura na história da salvação. Aquela que nos trouxe o salvador.
Pe. Felipe Ribeiro
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