sexta-feira, 5 de setembro de 2014

MENSAGEM DO PE. FELIPE NA ABERTURA DA FESTA DE NOSSA SENHORA DAS DORES






PARÓQUIA NOSSA SENHORA DAS DORES
DIOCESE DE TIANGUÁ

Maria, uma mulher da plenitude do tempo.

Estamos iniciando a festa de Nossa Senhora das Dores, nesse sentido, se torna de suma importância uma reflexão que nos ajude a compreender melhor a nossa fé em Jesus Cristo. Olhar para o divino salvador e encontrarmos as pessoas que estão em relação direta com o projeto de salvação designado por Deus. Nesse olhar para Jesus nos defrontamos com a pessoa de Maria de Nazaré.
Em nosso primeiro momento nos defrontamos com Maria na ocasião da paixão de Cristo (Nossa Senhora das Dores), a relação de Maria com Jesus na hora de sua paixão. Observamos o jogo de olhares, o seguimento prudente, mas efetivo, de Jesus até a cruz, sua profunda dor, sua angústia, que se torna às vezes derrota e incompreensão total, sua valentia, sua presença junto à cruz, até ficar ela própria ensanguentada com o sangue de seu Filho e ter consciência de ser ela a primeira redimida. A cena de Maria com seu filho ensanguentado no seu colo é uma cena silenciosa e questionadora, quando acolhe seu filho descido à mansão dos mortos. 
Dentro desse plano divino da salvação, qual é o papel de Maria ao lado de Jesus Cristo? Como as comunidades descobriram a importância e o valor da presença dela? Há todo um processo de crescimento na interpretação, que vai desde Marcos (o primeiro evangelho) até João (o último), e que para nós se torna testemunho e convite para entrarmos neste caminho de fé e vida.
Mas antes dos evangelhos nos encontramos com Paulo, o apóstolo dos gentios que, nos apresenta um texto que bem poderia ser a afirmação primeira da referência da Mãe de Jesus no plano da salvação.
É um novo tempo, o tempo da Nova Lei realizada em Jesus Cristo. Por isso o Apóstolo Paulo exorta seus destinatários a viverem na hora da nova criação, a produzirem o fruto próprio do Espírito e não voltarem atrás, a um passado de normas, de lei antiga e de escravidão, visto que “todos fomos chamados à liberdade”, porque “Cristo nos libertou para sermos livres (5,13.1).
Apoiando-se no costume da época, Paulo fala da lei como de um pedagogo que cuidou e manteve o povo em uma situação de submissão e obediência, enquanto chegava à maturidade (3,23-25). Mas, uma vez tendo chegado o Cristo e com ele a fé, já não estamos sob a Lei, mas sob a Graça, deixamos e menoridade e entramos na etapa da maturidade (4,1-3). Assim ele escreve em sua carta (4,3-7):
Desse modo também nós, quando eram menores, estávamos reduzidos à condição de escravos, debaixo dos elementos do mundo. Quando, porém, chegou à plenitude do tempo, enviou Deus o seu Filho, nascido de uma mulher, nascido sob a lei, para remir os que estavam sob a lei, a fim de que recebêssemos a adoção filial.
Pois bem, a plenitude do tempo é como o centro da história: tudo conflui para lá, tudo parte de lá. É o inicio de uma nova criação. É situar ai Maria, a mulher, é dar-lhe a missão fundamental: junto com Jesus, Maria inicia uma época nova na história da humanidade. É o tempo da presença de Deus na carne humana, e ela forma de sua própria carne e sangue a carne e o sangue do ungido de Deus.
De acordo com tudo isso, o ensinamento mariano que podemos deduzir deste texto é o seguinte:
·         Maria pertence à plenitude dos tempos e inicia esta plenitude. O evangelista Lucas o ampliará muito mais em seu evangelho.
·         Ela é a mulher que permite a Deus tornar seu Filho presente para realizar o plano da salvação.
·         É também a mulher que permite ao Filho de Deus chegar a filho do homem, ao Senhor ser escravo e servidor de todos.
·         É a mulher que oferece seu corpo e sua vida para realizar o plano da salvação.
·         Sua missão está intimamente unida à de seu Filho e é uma missão para nós: a serviço dos homens.
·         Em Maria, o Filho de Deus tornou-se filho do homem para que nós, em toda liberdade, chegássemos a ser filhos de Deus. 
Maria, mulher da plenitude dos tempos, aquela importante figura na história da salvação. Aquela que nos trouxe o salvador.


Pe. Felipe Ribeiro 

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