sábado, 17 de outubro de 2015

A CEIA EUCARÍSTICA








Este texto sobre a ceia eucarística vem da motivação de apresentar o referido tema nos vários grupos de nossa paróquia que tem a necessidade de se instruir melhor. A palestra “Ceia Eucarística”, é uma tentativa de elucidar, passo a passo os elementos que compõe a celebração eucarística. Tendo em vista que uma boa elucidação do processo pode levar a uma participação frutuosa. Tomamos aqui nesse texto, os recortes mais importantes da “instrução geral do missal romano e introdução ao lecionário”. A simples aplicação desse material sem a devida interação com o público, bem como a implementação de dinâmicas e textos bíblicos pode acarretar em um material enfadonho e moroso. No mais, esperamos que possa contribuir para um esclarecimento da ceia eucarística, melhor conhecida, melhor celebrada.

A CEIA EUCARÍSTICA

Quando ia celebrar com os seus discípulos a ceia pascal, onde instituiu o sacrifício de seu Corpo e Sangue, o Cristo Senhor mandou preparar uma sala ampla e mobilhada (Lc 22,12) – o primeiro grande elemento de eucaristia que devemos nos ater, é o elemento da PREPARAÇÃO.
A Igreja sempre julgou dirigida a si esta ordem, estabelecendo como preparar as pessoas, os lugares, os ritos e os textos para a celebração da Santíssima Eucaristia.
Dentro da dinâmica da celebração eucarística existe o sacerdócio ministerial, próprio do bispo e dos presbíteros que oferecem o Sacrifício na pessoa de Cristo e presidem a assembleia do povo santo. E existe o sacerdócio régio dos fiéis, cujo sacrifício espiritual atinge a plena realização pelo ministério do bispo e dos presbíteros, em união com o sacrifício de Cristo, único mediador.
Com efeito, a celebração eucarística é uma ação de toda a igreja, na qual cada um deve fazer e só o que lhe compete, segundo o lugar que ocupa no povo de Deus.

IMPORTÂNCIA E DIGNIDADE DA CELEBRAÇÃO EUCARÍSTICA

A celebração da missa, como ação de Cristo e do povo de Deus hierarquicamente organizado, é o centro de toda vida cristã tanto para a Igreja universal como local e também para cada um dos fiéis. Nela se encontra tanto o ápice da ação pela qual Deus santifica o mundo em Cristo, como o culto que os homens oferecem ao Pai, adorando-o pelo Cristo, Filho de Deus, no Espírito Santo.
As demais ações sagradas e todas as atividades da vida cristã a ela estão ligadas, dela decorrendo ou a ela sendo ordenadas.
É por isso de máxima conveniência dispor da celebração da Missa ou Ceia do Senhor de tal forma que os ministros sagrados e os fiéis, participando cada um conforme as condições, recebam mais amplamente aqueles frutos que o Cristo Senhor quis prodigalizar, ao instruir o sacrifício eucarístico de seu Corpo e de seu Sangue.

ESTRUTURA, ELEMENTOS E PARTES DA MISSA

Na Missa ou Ceia do Senhor, o povo de Deus é convocado e reunido, sob a presidência do sacerdote que representa a pessoa de Cristo, para celebrar a memória do Senhor ou sacrifício eucarístico. Pois na celebração da missa, se perpetua o sacrifício da cruz. Cristo está realmente presente tanto na assembleia reunida em seu nome, como na pessoa do ministro, na sua palavra, e também, de modo substancial e permanente, sob as espécies eucarísticas.
A missa consta de duas partes, a saber: A Liturgia da Palavra e a Liturgia Eucarística, tão intimamente unidas entre si, que constituem um só ato de culto. Há ainda alguns ritos que abrem e fecham a celebração. 

OS DIVERSOS ELEMENTOS DA MISSA

Leitura e explanação da palavra de Deus
Quando se lêem as Sagradas Escrituras na Igreja, o próprio Deus fala ao seu povo, e Cristo, presente em sua palavra, anuncia o Evangelho. Embora a palavra divina, contida nas Sagradas Escrituras se dirija a todos os homens de qualquer época, e seja atendida por eles, a sua mais plena compreensão e eficácia aumentam pela exposição viva, isto é, pela homilia, que é parte da ação litúrgica.

Orações e outras partes próprias do sacerdote
Entre as partes que competem ao sacerdote ocupa em primeiro lugar a Oração Eucarística, ápice de toda celebração. A seguir, vêm as orações, isto é a oração do dia (coleta), a oração sobre as oferendas e a oração depois da comunhão. O sacerdote, presidindo a comunidade como representante de Cristo, dirige a Deus estas orações em nome de todo o povo santo e de todos os circunstantes. É com razão, portanto, que são chamadas “orações presidenciais”. 
Sendo a celebração da Missa, por sua natureza, de índole comunitária, assumem grande importância os diálogos entre o sacerdote e os fiéis reunidos, bem como as aclamações, pois não constituem apenas sinais externos da celebração comum, mas promovem a realizam a comunhão entre o sacerdote e o povo.

A importância do canto
O apóstolo aconselha os fiéis que se reúnem em assembleia para aguardar a vinda do Senhor e cantarem juntos salmos, hinos e cânticos espirituais (Cl 3,16), pois o canto constitui um sinal de alegria do coração (At 2,46).
Portanto, dê-se grande valor ao uso do canto na celebração da Missa, tendo em conta a índole dos povos e a possibilidade de cada assembleia litúrgica.
Ainda uma observação sobre os cantos, existem os cantos que acompanham o rito e cantos que são os próprios ritos.
Cantos que acompanham o rito – devem sessar a medida que os ritos se concluem. Como o próprio nome já diz, servem apenas para acompanhar os ritos. São os cantos de entrada, ofertório, paz, comunhão.
Cantos que são o próprio rito – Não acompanham, pois são na sua própria essência os ritos. São eles: Ato penitencial, Glória, Aclamação ao Evangelho. Devem ser cantados na íntegra.  

O silêncio
Oportunamente como parte da celebração deve-se observar o silêncio sagrado. A sua natureza depende do momento em que ocorre em cada celebração. Assim no ato penitencial e após o convite à oração, cada fiel se recolhe; após uma leitura ou a homilia, meditam brevemente o que ouviram; após a comunhão, enfim, louvam e rezam a Deus no íntimo do coração.
Convém que já antes da própria celebração se conserve o silêncio na Igreja, na sacristia e mesmo nos lugares mais próximos, para que todos se disponham devotamente e devidamente para realizarem os sagrados mistérios.

II. AS PARTES DA MISSA

A) Ritos iniciais
Os ritos que precedem a liturgia da Palavra, isto é, entrada, saudação, rito penitencial, gloria e oração do dia, têm caráter de introdução, de preparação. A finalidade dos ritos é fazer com que os fiéis, reunidos em assembleia, constituem uma comunhão e se disponha para ouvir atentamente a Palavra de Deus e a celebrar dignamente a Eucaristia.

Entrada
Reunido o povo, enquanto o sacerdote entra com o diácono e os ministros, começa o canto de entrada. A finalidade desse canto é abrir a celebração, promover a união da assembleia, introduzir no mistério do tempo litúrgico ou da festa, e acompanhar a procissão do sacerdote e dos ministros.
Chegando ao presbitério, o sacerdote, o diácono e os ministros saúdam o altar com uma inclinação profunda. Feita a saudação do povo, o sacerdote, o diácono ou outro ministro, pode com brevíssimas palavras introduzir os fiéis na Missa do dia.

Ato Penitencial
Em seguida, o sacerdote convida para o ato penitencial que, após breve pausa de silencio, é realizado por toda a assembleia através de uma fórmula de confissão geral. A oração final do sacerdote não tem caráter de sacramento da penitência.  

Glória a Deus nas alturas
O glória é um hino antiquíssimo e venerável, pelo qual a igreja, congregada no Espírito Santo, glorifica e suplica a Deus Pai e ao Cordeiro. É cantado e recitado aos domingos, exceto no tempo do Advento e da Quaresma, nas solenidades e festas e ainda em celebrações especiais mais solenes. 

Oração do dia (coleta)
A seguir o sacerdote convida o povo a rezar, todos se conservam em silêncio com o sacerdote por alguns instantes, tomando consciência que estão na presença de Deus e formulando interiormente os seus pedidos.

B) LITURGIA DA PALAVRA
A parte principal da liturgia da palavra é constituída pelas leituras da Sagrada Escritura e pelos cantos que ocorrem entre elas, sendo desenvolvida e concluída pela homilia, a profissão de fé e a oração universal dos fiéis.
A liturgia da palavra deve ser celebrada de tal modo que favoreça a meditação, por isso deve ser de todo evitada qualquer presa que impeça o recolhimento. Integra-se também breves momentos de silencio.

Leituras bíblicas
Mediante as leituras é preparada para os fiéis a mesa da Palavra e abrem-se os tesouros da Bíblia. Por isso é melhor conservar a disposição das leituras bíblicas pela qual se manifesta a unidade dos dois testamentos e da história da salvação. Não é permitido trocar as leituras, nem o salmo, por outros textos não bíblicos.

Salmo responsorial
À primeira leitura segue-se o salmo responsorial, que é parte integrante da liturgia da Palavra, constituindo-se em grande importância litúrgica pastoral, por favorecer a meditação da Palavra de Deus.

A homilia
A homilia é parte da liturgia da palavra e vivamente recomendada, sendo indispensável para nutrir a vida cristã.

Profissão de fé
Proclamar, como comunidade reunida a regra de fé que nos une.

Oração dos fiéis
Na oração dos fiéis o povo responde de certo modo a Palavra de Deus acolhida na fé, e exercendo a sua função sacerdotal, eleva preces a Deus pela salvação de todos. Normalmente serão estas as séries de intenções:
Pelas necessidades da Igreja; pelos poderes públicos e pala salvação de todo mundo; pelos que sofrem qualquer dificuldade; pela comunidade local.

C) LITURGIA EUCARÍSTICA
Na última ceia, Cristo instituiu o sacrifício da ceia pascal, que torna continuamente presente na Igreja o sacrifício da cruz, quando o sacerdote, representante de Cristo Senhor, realiza aquilo mesmo que o Senhor fez e entregou aos discípulos para que fizessem em sua memória.
Cristo, na verdade, tomou o pão e o cálice, deu graças, partiu o pão, e deu aos seus discípulos dizendo: Tomai, comei, bebei: isto é meu Corpo; este é o cálice do meu Sangue. Fazei isto em memória de mim. Por isso a Igreja dispôs de toda a celebração da liturgia eucarística em partes que correspondem às palavras e gestos de Cristo. De fato:
a) Na preparação dos dons levam-se ao altar o pão e o vinho com água, isto é, aqueles elementos que Cristo tomou em suas mãos.
b) Na oração eucarística rendem-se graças a Deus por toda a obra da salvação e as oferendas tornam-se Corpo e Sangue de Cristo.
c) Pela fração do pão e pela Comunhão aos fiéis, embora muitos, recebem o Corpo e o Sangue do Senhor de um só pão e de um só cálice, do mesmo modo como os apóstolos, das mãos do próprio Cristo. 

Preparação dos dons
No início da liturgia eucarística são levados ao altar as oferendas que se converterão no Corpo e Sangue de Cristo. O pão e o vinho são depositados sob o altar pelo sacerdote, proferindo as fórmulas estabelecidas; em seguida o sacerdote lava as mãos, ao lado do altar, exprimindo por esse rito o seu desejo de purificação interior.

Oração sobre as oferendas
Depositadas as oferendas sobre o altar e terminados os ritos que as acompanham, conclui-se a preparação dos dons e prepara-se a oração eucarística com o convite aos fiéis a rezarem com o sacerdote e com a oração sobre as oferendas.

Oração eucarística
Inicia-se agora a oração eucarística, centro e ápice de toda a celebração, prece de ação de graças e santificação. O sentido desta oração é que toda a assembleia se uma a Cristo na proclamação das maravilhas de Deus e na oblação do sacrifício.
Podem distinguir-se do seguinte modo os principais elementos que compõem a oração eucarística:
a) Ação de graças (expressa principalmente no Prefácio) em que o sacerdote, em nome de todo o povo santo glorifica a Deus e rende graças por toda a obra da salvação. 
b) A aclamação pela qual toda a assembleia, unindo-se aos espíritos celestes canta o santo.
c) A epiclese, na qual a Igreja implora por meio de invocações especiais a força do Espírito Santo para que os dons oferecidos pelo ser humano sejam consagrados.
d) A narrativa da instituição e a consagração quando pelas palavras e ações de Cristo se realiza o sacrifício que ele instituiu na última ceia.
e) A anamnese, pela qual, cumprindo a ordem recebida do Cristo Senhor através dos Apóstolos, a Igreja faz memória do próprio Cristo, relembrando a paixão, gloriosa ressurreição e ascensão aos céus.
f) A oblação, pela qual a Igreja, em particular a assembleia atualmente reunida, realiza essa memória oferece ao Pai, no Espírito Santo, a hóstia imaculada, para que finalmente Deus seja tudo em todos.
g) As intercessões, pelas quais se exprime que a eucaristia é celebrada em comunhão com toda a Igreja.
h) A doxologia final, que exprime a glorificação de Deus, e é confirmada e concluída pela aclamação amém do povo. 

Ritos da comunhão
Sendo a celebração eucarística a ceia pascal, convém que, segundo a ordem do Senhor, o seu Corpo e seu Sangue sejam recebidos como alimento espiritual pelos fiéis devidamente preparados.

A oração do Senhor
Na oração do Senhor pede-se o pão de cada dia, que lembra para os cristãos antes de tudo o pão eucarístico e pede-se a purificação dos pecados.
Rito da paz

Segue-se o rito da paz na qual a Igreja implora a paz e a unidade para si mesma e para toda a família humana.

Fração do pão
O sacerdote parte o pão eucarístico, ajudado, se for o caso, pelo diácono ou um concelebrante. O gesto da fração do pão realizado por Cristo na última ceia, que no tempo apostólico deu o nome a toda a ação eucarística.

Comunhão
Nesse momento o sacerdote mostra aos fiéis o pão eucarístico sobre a patena e sobre o cálice e convida-os ao banquete de Cristo.
Por fim, nossa celebração se encerra com as orações sobre o povo e a benção final. 

Fonte: Instrução Geral do Missa Romano.
Bíblia do Peregrino.







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