Como devemos invocar Deus
no tempo da tribulação?
Assim nos
revela a meditação de Tomás de Kempis [antigo monge e escritor alemão] em seu
clássico “A Imitação de Cristo”
1. O
Discípulo – Seja vosso nome para sempre bendito, Senhor, pois quisestes provar-me
com esta tribulação.
E porque
não posso evitá-la que outra coisa farei senão acolher-me a vós para que me
auxilieis e a convertais em proveito meu?
Senhor,
sinto-me atribulado; meu coração está desassossegado por causa desta paixão que
o atormenta vivamente.
“Que vos
direi agora”, oh, Pai amantíssimo? Rodeado estou de angústias. “Salvai-me nesta
hora” (Jo 12,27).
Vós
permitistes que eu chegasse a este estado para que sejais glorificado quando eu
estiver muito abatido e for por vós livre.
Dignai-vos,
Senhor, socorrer-me porque, pobre criatura, que posso eu fazer e onde irei sem
vós?
Dai-me
paciência, Senhor, ainda desta vez. Estendei-me a vossa mão, Deus meu, e não
temerei, por mais forte que seja a tribulação.
2. Que
posso eu dizer-vos neste estado? “Senhor, faça-se a vossa vontade”. Bem
merecido tenho angústias e tribulações em que me vejo (Mt 6,10).
Convém
que eu as sofra; e oxalá seja com paciência, até que passe a tempestade e venha
a bonança.
Poderosa
é a vossa mão onipotente para afastar de mim esta tentação e moderar sua
violência, para que não sucumba de todo. Como tantas vezes tendes feito comigo,
Deus meu, misericórdia minha.
E quanto
para mim é mais dificultosa esta mudança, tanto mais fácil é ela para vós;
“porque é obra da direita do Altíssimo” (Sl 76,11).
(Retirado do livro: “A Imitação
de Cristo”, de Tomás de Kempis, Ed. Ave-Maria)
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