Estamos
iniciando o Tempo do Advento, e as quatro semanas que antecedem o Natal são de
preparação, com uma intensa vida de oração e meditação, para vivermos, na fé, o
encontro com o Senhor Jesus, o Filho de Deus que assume a natureza humana numa
forma humilde e singela. Só com esta preparação, poderemos celebrar bem o
nascimento de Cristo no santo Natal.
Mesmo diante de uma sociedade ávida por consumo e
muitas vezes indiferente à mensagem de paz, de amor, de solidariedade e de
esperança do Natal, ele continua tocando o coração de muitas crianças e
adultos, porque diante da alegria e do encanto de uma criança com os símbolos
do Natal, nós adultos somos levados a refletir sobre as pequenas e belas coisas
da vida que fomos perdendo no caminho percorrido. O significado do Natal pode
ter ficado na memória de um passado distante, ou quem sabe, fomos abandonando
sua mensagem, deixando-a agonizar à margem da nossa vida na medida em que os
nossos passos e o tempo nos levaram para a realidade dos adultos. Perdemos o
encanto de contemplar o brilho das estrelas, de contar pequenas estórias e
falar das coisas do coração que fazem tão bem à nossa vida, à nossa alma, que
nos enchem de esperança e ainda nos fazem sonhar, sem deixar de amar quem está
ao nosso lado, porque alguém veio de muito longe para nos amar e nos falar de
amor. Não um amor pequeno, mas um amor que tem a imensidão do universo e o
sentido da eternidade, e está ao alcance do meu e do teu coração.
Por isso, creio ser importante recordar que o
Advento significa “vinda” e a Igreja convida seus filhos e filhas a prepararem
os corações para celebrar a vinda histórica de Cristo, lembrando a encarnação e
a natividade. Mas para quem quer percorrer um caminho de crescimento espiritual,
o Advento simboliza também o encontro pessoal com o Cristo Jesus na nossa vida.
Podemos começar a nos preocupar com os presentes, esquecendo que este é o tempo
em que nos preparamos interiormente para acolher o presente mais importante
para a humanidade, Jesus, o Filho de Deus. Um presente não se pode pretender.
Um presente se pode somente esperar.
Dom José Gislon
Bispo Diocesano de Erexim (RS
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