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Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Lucas 17,7-10
Naquele tempo, disse Jesus:
7Se algum de vós tem um empregado
que trabalha a terra ou cuida dos animais,
por acaso vai dizer-lhe, quando ele volta do campo:
'Vem depressa para a mesa?'
8Pelo contrário, não vai dizer ao empregado:
'Prepara-me o jantar, cinge-te e serve-me,
enquanto eu como e bebo;
depois disso tu poderás comer e beber?'
9Será que vai agradecer ao empregado,
porque fez o que lhe havia mandado?
10Assim também vós:
quando tiverdes feito tudo o que vos mandaram,
dizei: 'Somos servos inúteis;
fizemos o que devíamos fazer'.'
Palavra da Salvação.
7Se algum de vós tem um empregado
que trabalha a terra ou cuida dos animais,
por acaso vai dizer-lhe, quando ele volta do campo:
'Vem depressa para a mesa?'
8Pelo contrário, não vai dizer ao empregado:
'Prepara-me o jantar, cinge-te e serve-me,
enquanto eu como e bebo;
depois disso tu poderás comer e beber?'
9Será que vai agradecer ao empregado,
porque fez o que lhe havia mandado?
10Assim também vós:
quando tiverdes feito tudo o que vos mandaram,
dizei: 'Somos servos inúteis;
fizemos o que devíamos fazer'.'
Palavra da Salvação.
Um dos
evangelhos mais significativos e realistas que nos traz o evangelista São
Lucas. “Somos servos inúteis, fizemos o que devíamos fazer”. Para todos aqueles
que se sentem os mais importantes na obra do Reino de Deus, para aqueles que
acham que sem sua presença a obra não caminha, Deus nos mostra o contrário. O mais
fundamental dessa dinâmica do Reino é perceber que a obra é de Deus, que somos
apenas colaboradores da obra de Deus. Se não aceitarmos mais, se não quisermos
mais, Deus coloca outro em nosso lugar.
Para a reflexão
de hoje quero trazer presente o belíssimo texto de Santo Irineu, bispo do
Século II, sobre a relação com o Senhor, especialmente no nosso serviço.
A Amizade em Deus
Nosso Senhor, o
Verbo de Deus, que primeiro atraiu os homens para serem servos de Deus,
libertou em seguida os que lhe estavam submissos, como ele próprio disse aos
seus discípulos: Já não nos chamo servos,
pois o servo não sabe o que faz o seu Senhor. Eu vos chamo amigos, porque vos
dei a conhecer tudo o que ouvi de meu Pai (Jo 15,15). A amizade de Deus
concede a imortalidade aos que a obtêm.
No princípio, Deus formou Adão, não
porque tivesse necessidade do homem, mas para ter alguém que pudesse receber os
seus benefícios. De fato, não só antes de Adão, mas antes da criação, o Verbo
glorificava seu Pai, permanecendo nele, e era também glorificado pelo Pai, como
ele mesmo declara: Pai, glorifica-me com
a glória que eu tinha junto de ti antes que o mundo existisse (Jo 17,5).
Não foi também por
necessitar de nosso serviço que Deus nos mandou segui-lo, mas para dar-nos a
salvação. Pois seguir o salvador é participar da salvação, e seguir a luz é
receber a luz.
Quando os homens
estão na luz, não são eles que a iluminam, mas são iluminados e tornam-se
resplandecentes por ela. Nada lhe proporcionam, mas dela recebem o beneficio e
a iluminação.
Do mesmo modo, o
serviço que prestam a Deus nada acrescenta a Deus, porque ele não precisa do
serviço dos homens. Mas aos que o seguem e servem, Deus concede a vida, a
incorruptibilidade e a glória eterna. Ele dá seus benefícios aos que o servem
precisamente porque o servem e aos que o seguem precisamente porque o seguem;
mas não recebe deles nenhum beneficio, porque é rico, perfeito e de nada
precisa.
Se Deus requer o
serviço dos homens é porque, sendo bom e misericordioso, deseja conceder os
seus dons aos que perseveram no seu serviço. Com efeito, Deus de nada precisa,
mas o homem é que precisa da comunhão com Deus.
É esta, pois, a
glória do homem: perseverar e permanecer no serviço de Deus. Por este motivo
dizia o Senhor aos seus discípulos: Não fostes vós que me escolhestes, mas fui
eu que vos escolhi (Jo 15,16), dando assim a entender que não eram eles que o
glorificavam seguindo-o, mas, por terem seguido o Filho de Deus, eram por ele
glorificados. E disse ainda: Quero que
estejam comigo onde eu estiver, para que eles contemplem a minha glória (Jo
17,24).
[Do Tratado contra
as heresias, de Santo Irineu, bispo Séc. II]
Boa reflexão! ...Servo útil ou servo inútil? Jesus confronta a dedicação de seus discípulos. Não é uma palavra para multidões, é uma palavra direcionada aos seus escolhidos...
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